domingo, 1 de julho de 2012

Por ser Filho de Deus Cristo não é eterno?


Os antitrinitarianos dizem que “se Cristo fosse co-eterno com o Pia, ou eterno junto com o Pai, então ele não poderia ser seu Filho, simplesmente porque não existe nenhum Filho com a mesma idade de seu pai.”i
A confusão que se faz aqui com as palavras “Pai” e “Filho” quando se discute a relação que existe entre os membros da divindade é fruto do desconhecimento das peculiaridades da cultura bíblica. Lund e Nelson comentam que “era costume entre os hebreus chamar a uma pessoa filho da cousa que de um modo especial a caracterizava, de modo que ao pacífico e bem disposto se chamava filho da paz; aos iluminados e entendido, filho da luz; aos desobedientes, filhos da desobediência, etc. (veja-se Lc 10.6; Ef 2.2; 5.6 e 5.8).”ii
Portanto, quando a Bíblia afirma que Cristo é Filho de Deus está afirmando que Ele é Deus. Na discussão com os judeus sobre a santificação do sábado, Jesus usa um argumento que para eles soou como blasfêmia: “Meu Pai continua trabalhando até hoje, e eu também estou trabalhando.” (Jo 5.17) Ao afirmar que Ele fazia algo que o Pai também fazia colocou-se no mesmo nível que o divino, em pé de igualdade com Deus. Por isso a conclusão do vers. 18: “Por essa razão, os judeus mais ainda queriam matá-lo, pois não somente estava violando o sábado, mas também estava dizendo que Deus era seu próprio Pai, igualando-se a Deus.”
Enquanto os anjos são filhos de Deus por criação (Jó 38.7) e nós somos filhos de Deus por adoção (Jo 1.12; Ef 1.5), Cristo é filho de Deus por natureza (Jo 1.1; 5.18; 20.28). Os judeus não ousavam chamar a Deus de Pai, por que eles entendiam que esse termo o igualava ao homem.
Quando Jesus afirmou que “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30) despertou um sentimento de revolta entre os judeus novamente. Eles resolveram apedrejá-lo alegando que Cristo blasfemava porque sendo “um simples homem e se apresenta como Deus.” (vers. 33). A expressão Filho de Deus não nega a divindade de Cristo, pelo contrário, a confirma.



i OSÓRIO, Sérgio. A Divindade ou a trindade? p. 21.
ii LUND, E. e NELSON, P. C. Hermenêutica, p. 108.

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