sábado, 14 de julho de 2012

A origem da confusão sobre o Espírito Santo



Todo o debate sobre a natureza de Cristo tem origem na confusão que se faz entre as suas duas naturezas. Textos que se refere a Sua natureza humana são usadas para negar a Sua divindade. Se o estudante da Bíblia mantivesse diante de si esta questão todo o debate seria resolvido. Com respeito a natureza do Espírito Santo também não é diferente. Só que a confusão que se costuma fazer está em não se distinguir entre a dádiva e o Doador Divino. Quando percebemos essa diferença resolvemos a confusão que se faz na interpretação de muitas passagens bíblicas que aparentemente negam a personalidade do Espírito Santo.
Segundo Winkie A. Prantneyi existe um grupo de textos bíblicos que fala da obra do Espírito Santo, enquanto outro fala da própria Pessoa. A distinção não aparece no texto que o estudante tem em português, apenas no original grego. Quando a expressão grega pneuma hagion (espírito santo) não é acompanhada do artigo definido grego ho (em português “o”) deveria ser sempre traduzido no sentido de “atitude divina”, “dádiva”, “poder” ou “força de Deus”. Essa forma é usada 52 vezes no NT e deve ser aplicado à dádiva e não ao doador.
Existe uma segunda forma usada no texto original em grego. Quando o texto grego usa o artigo definido, que em português corresponde ao nosso “o”, sempre fala sobre a Pessoa divina em si. Nesse caso o artigo aparece duas vezes: uma diante da palavra grega pneuma e outra diante da palavra hagion. Assim, uma tradução literal da expressão to pneuma to hagion seria “o Espírito, o Santo”. Neste caso o texto bíblico estaria falando do Doador.
O uso de dois artigos quando o texto bíblico refere-se ao Espírito Santo é o argumento definitivo para provar a personalidade do Espírito Santo. Veja as referências a Ele nos textos abaixo:
Mas quem falar contra o Espírito Santo [tou pneumatos tou hágion, ou seja, o Espírito, o Santo] não será perdoado”, Mt 12.32.
Mas o Conselheiro, o Espírito Santo [to pneuma to hágion, ou seja, o Espírito, o Santo], que o Pai enviará em meu nome”, Jo 14.26.
Enquanto o adoravam o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo [to pneuma to hágion, ou seja, o Espírito, o Santo]”, At 13.2.
A Bíblia pode referir-se a Ele chamando-o apenas “o Espírito” [to pneuma] (como em At 8.29; 10.19), ou simplesmente, “o Santo” [tou hágiou] (1Jo 2.20). Em ambos os casos o texto bíblico está tratando o Espírito Santo como um ser pessoal.
A distinção entre a dádiva e o doador pode ser percebida em Atos 2.4, onde se lê: “Todos ficaram cheios do Espírito Santo [dádiva] e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito [Doador] os capacitava.”

i PRATNEY, Winkie A. A natureza e o caráter de Deus, p. 494, 495.
fonte;em defesa do Espírito  Santo de Alexandre Araujo

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