quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

RESPOSTAS A JOEL OLIVEIRA PARTE 1. SOBRE O SANTUÁRIO

Esclarecendo dúvidas
Antes de encerrarmos este tópico, desejamos aqui esclarecer mais um ponto importante. É muito comum hoje ouvirmos pessoas pregando e ensinando que Jesus não esperou até o ano de 1844 para entrar no santíssimo e então realizar o apagamento de nossos pecados, mas que Ele o fez logo após Sua ascensão. Interpretam de forma errônea o texto da carta aos Hebreus 6:19, 20, que diz:
“A qual temos uma âncora da alma segura e firme, e que penetra até o interior do véu. Onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo Sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque”.
  
Em si mesmo, a passagem como lemos acima, nada tem que contradiga o que até aqui temos visto. Muitos, erradamente, acreditam que quando a Palavra de Deus menciona “interior do véu”, está referindo-se ao véu que separava o lugar santo do santíssimo e supõem que ali Jesus entrou logo após ter ido ao Céu. Porém, se no santuário existisse apenas um véu, aquele que separa o primeiro compartimento do segundo, não tiraríamos a razão destas pessoas que assim creem, mas infelizmente algumas pessoas estão ignorantes de um fato: o de que no santuário terrestre ou no celestial – pois que o terrestre é uma sombra do celestial – não existia ou existe apenas uma cortina, mas duas. A que separava o lugar santo do pátio, na entrada do santuário, e o segundo véu, que separava o lugar santo do santíssimo. Sobre isto lemos em Êxodo 36: 35:
“Depois fez o véu de azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido: de obra esmerada o fez com querubins”.
Segundo Êxodo 26:37; 26:35, a passagem acima citada refere-se ao segundo véu, aquele que separava o lugar santo do santíssimo.
Mas notemos o que se segue em Êxodo 36:37; 26:36:
“Farás também para a porta da tenda uma coberta de azul, e púrpura, e carmesim, e de linho fino torcido obra de bordador”.
 “Fez também para a porta da tenda o véu de azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido, da obra do bordador”.
Notemos: “Farás também”. Ou seja, além de outras coisas, e estas se inclui o segundo véu, deveria ser feito outro véu para “a porta da tenda”.
Aos Hebreus está escrito que o véu que separava o local santo do lugar santíssimo era o “segundo véu”. Lemos:
“Mas depois do segundo véu estava o tabernáculo que se chama o santo dos santos”. Heb. 9:3.
Se existe segundo, logicamente existe o primeiro. Assim fica fácil entendermos qual véu Jesus penetrou após Sua ascensão. Como vimos até aqui, o santuário celestial teve seu ofício iniciado depois que Cristo derramou Seu sangue. Sendo assim, Ele não poderia entrar diretamente dentro do segundo véu, sem primeiro cumprir seu trabalho no primeiro compartimento. Para dentro do primeiro véu Ele entrou logo após Sua ascensão, como os sacerdotes que ministravam como sombra também no primeiro compartimento. Devemos lembrar que toda lei de cerimônias apontava um trabalho similar para o futuro. Se Jesus tivesse entrado logo para dentro do segundo véu, não teria necessidade nenhuma de que os sacerdotes ministrassem por um tempo no primeiro compartimento antes que o sumo sacerdote entrasse no santíssimo. A Palavra de Deus é bem clara:
“Ora se estivesse na Terra, nem tão pouco sacerdote seria, havendo ainda sacerdotes que oferecem dons segundo a lei, os quais servem de exemplar e sombra das coisas celestiais,...”.




Repetimos: Se os sacerdotes deviam oficiar no primeiro compartimento por certo tempo, como isto pode ser colocado como sombra das coisas celestiais se Jesus tivesse entrado diretamente para dentro do segundo compartimento sem ter primeiro oficiado também no primeiro compartimento do santuário celestial? O trabalho dos sacerdotes no primeiro compartimento seria então sombra das coisas celestiais em que sentido?!
Alguns pensam que Jesus entrou diretamente para dentro do segundo véu, no santíssimo, porque o primeiro compartimento do santuário representava a Terra e que Ele ministrou neste compartimento enquanto esteve neste mundo. E que, após morrer e ressuscitar, Ele adentrou então o lugar santíssimo. No entanto, este pensamento se torna inócuo pelo fato de que o santuário era composto do lugar santo, santíssimo e o pátio. O cordeiro que representava a Cristo, não era morto no lugar santo, mas no pátio. Se as inocentes vítimas fossem mortas no lugar santo, no primeiro compartimento, então talvez este representasse a Terra onde Jesus foi crucificado. Mas não é o caso. Os animais eram mortos no pátio e este representava então a Terra onde Jesus foi sacrificado.
Depois de realizado o sacrifício, o sacerdote, que também representava Jesus, entrava no santuário, no lugar santo, com o sangue, e o espargia diante do véu. Semelhantemente, Jesus, depois de ser cruelmente morto nesta Terra – no sistema simbólico, no pátio – entrou no santuário celestial por Seu próprio sangue para ministrar primeiramente no lugar santo até o ano de 1844, e, neste ano, Ele passou para o lugar santíssimo para realizar a purificação do santuário.
De fato, a Bíblia atesta a entrada de Jesus no santuário, somente depois de Sua morte e ressurreição:
“Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção.” Hebreus 9:12.  
No entanto, se a Terra era representada pelo primeiro compartimento, Jesus teria entrado nele, ou no santuário, antes de ter efetuado a redenção.
A teoria falsa de que Jesus, ao ir ao Céu, entrou diretamente no lugar santíssimo do santuário celestial, infelizmente afetou algumas versões mais recentes da Bíblia. Das versões que tenho em mãos, apenas uma, – a linguagem de hoje – cita a passagem de Hebreus 6:19, 20, de forma errônea (Desconheço outras). Com certeza, o tradutor da linguagem de hoje fez, nesta passagem, uma interpretação segundo sua opinião, sem, contudo, estudar esta questão. Infelizmente isto pode ocorrer. Acreditamos, no entanto, que o erro cometido não foi proposital. Em outras versões como na corrigida, na atualizada, na revisada, na Matos Soares, na internacional, também na Versão Ave Maria e outras, a passagem foi colocada de forma correta. Basta ao sincero pesquisador compreender a exatidão das palavras ali contidas. No grego a passagem reza assim:
“... kai eisercomenen eis to eswteron tou katapetasmatos”.
“... kai eiserchomenen eis to esoteron  toy katapetasmatos”.

 Como encontramos em uma edição da Bíblia de 1881, literalmente a tradução é:
“... que penetra até o interior da cortina”.
Nada existe no texto falando de segundo véu, ou santíssimo. Tentar afirmar isto é ir além do que está escrito. Isto seria incorrer em outro grave erro e passar por cima de mais uma passagem da Palavra de Deus que diz:
“E eu irmãos, apliquei estas cosias, por semelhança, a mim e a Apólos, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito,...”. I Coríntios 4:6.
Outra passagem que carece de uma análise é a que podemos ler em Hebreus 9:12. Neste texto, algumas versões trazem que Cristo, já no primeiro século, havia entrado no santo dos santos. Lemos na versão linguagem de hoje:
“Quando Cristo veio e entrou, uma vez por todas, no Santíssimo lugar, ...”
No grego, o texto diz assim:
... dia de tou idiuou aimatos eishlqen efapax eis ta agia, aiwnian  lutrwsin euramenos”.
Transliterado fica assim:
“... dia de toy idiyoy aimatos eise lthen efiapas eis ta agia, aionian lytrosin eyramenos”.
O detalhe para o qual desejamos chamar a atenção é a palavra que destacamos: (agia) Agia. Esta palavra significa: Santo.
Em Hebreus 9:3 encontramos:
“Mas depois do segundo véu estava o tabernáculo que se chama o santo dos santos”.
No grego está:
meta de to deuteron katapetasma akhnh h legomenh agia agion”.
Transliterado fica:
“Meta de to deyteron katapetasma akene e legomene agia agion”.
Note que em Hebreus 9:3 aparece realmente duas vezes a palavra (agia) Agia. Ou seja: Santo dos santos. Mas em Hebreus 9:12 aparece a palavra (agia) Agia apenas uma vez, o que mostra o que o escritor aos Hebreus tencionava dizer. Ele escreveu que Cristo havia entrado no lugar santo (Agia) e não no santo dos santos, (Agia agion) como equivocadamente trazem algumas versões. Para que  o texto de Hebreus  9:12 pudesse ser traduzido de forma que dissesse que Cristo, naqueles dias, já tivesse entrado no santo dos santos, a mesma expressão grega (agia) Agia deveria aparecer em Hebreus 9:12 duas vezes, assim como aparece em Hebreus 9:3.
O fato é que, não são em todas as versões da Bíblia que encontramos o mesmo lapso cometido em traduzir o texto de hebreus 9:12, dizendo que Cristo entrou, logo após Sua ascensão, no santo dos santos ou no santíssimo. Na Revista e Corrigida, por exemplo, uma das mais utilizadas, diz simplesmente:
“... entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção”.
Na versão Ave Maria:
“... entrou de uma vez por todas no santuário adquirindo-nos uma redenção eterna”.
Na Revisada, a passagem ficou mais fiel ao texto original:
“... entrou uma vez por todas no santo lugar, havendo obtido uma eterna redenção”.
Na Bíblia Católica:
“... entrou de uma vez por todas no santuário, adquirindo-nos uma redenção eterna”.
Não vemos, portanto, nenhuma dificuldade tanto em hebreus 6:19,20, como em Hebreus 9:12, onde lemos que Cristo, após subir ao Céu entrou apenas no lugar santo, ou seja, no primeiro compartimento do santuário celestial.
Os que se arriscam a “contestar” a verdade de que Cristo entrou no santo dos santos apenas em 1844 citam, equivocadamente, os textos de Hebreus 6:19,20 e 9:12 para com isto procurar dar apoio às sua teorias. Mas alguns destes que dizem que Jesus entrou diretamente no lugar santíssimo, parecem sequer acreditar em um santuário no Céu, contendo, dois compartimentos, o santo e o santo dos santos, ou o santíssimo. Como então tentam provar a entrada de Cristo em um compartimento ou lugar no qual não acreditam?!
Continua...
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