sexta-feira, 29 de março de 2013

O BODE EMISSÁRIO OU AZAZEL ?



O serviço que era realizado nos dia da expiação traz para nós uma lição clara do aprisionamento de Satanás nesta Terra durante os mil anos como mencionado explicitamente em Apocalipse 20:1-3:

“E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos. E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo.”

O abismo aqui mencionado é a Terra em estado de desolação. Segundo a Bíblia, a Terra ficará deserta e vazia de acordo com diversas passagens:

“De todo se esvaziara a Terra,...”. Isaias 24:3.

Alguns argumentam que a Terra que o texto faz referência é a terra de Judá. Pelos versículos que se seguem, porém, podemos notar que isto não reflete a verdade. Os versículos seguintes enfatizam:

“A Terra pranteia e se murchao mundo enfraquece e se murcha:... Na verdade a Terra está contaminada por causa de seus moradores; porquanto transgridem as leis,... Por isso a maldição consome a Terra;...”. Isaías 24:4-6.

No versículo 4,  o profeta deixou claro que ele estava falando não de uma parte qualquer da Terra, mas do mundo, ou da Terra como um todo. Disse ainda que a Terra: pranteia, murcha, enfraquece, está contaminada, seus moradores transgridem as leis, mudam os estatutos, por isso a maldição consume a Terra (Gênesis 3:17), etc. Perguntamos: Aplica-se isto somente à terra de Judá? É evidente que não! Assim, as palavras “de todo se esvaziara a Terra”, aplica-se a todo o mundo, a toda a Terra. Por mil anos a Terra estará nesta condição de desolação.

No livro do profeta Jeremias capítulo 4:23-27, lemos:

“Observei a Terra, e eis que era sem forma e vazia; também os céus, e não tinham a sua luz. Observei os montes, e eis que estavam tremendo; e todos os outeiros estremeciam. Observei e eis que não havia homem algum, e todas as aves do céu tinham fugido. Vi também que a terra fértil era um deserto, e todas as suas cidades estavam derrubadas diante do Senhor, diante do furor da sua ira. Pois assim diz o Senhor: Toda a Terra ficará assolada; de todo, porém, não a consumirei”.

“Hei de consumir por completo tudo de sobre a terra, diz o Senhor. Consumirei os homens e os animais, consumirei as aves do céu, e os peixes do mar, e os tropeços juntamente com os ímpios; e exterminarei os homens de sobre a terra, diz o Senhor.” Sofonias 1:2-3.

Neste estado de desolação e ruína a Terra permanecerá por mil anos( Apocalipse 20:3, 5). Por ficar com estas características ela é chamada de abismo, pois sua superfície estará destruída, escura e vazia (Joel 2:10-11).

A Bíblia menciona a Terra sendo um abismo em diversas passagens. Vejamos:

Gêneses 1:2: “... havia trevas sobre a face do abismo”.

Devemos nos lembrar que antes de Deus exercer Seu poder criador sobre a Terra, esta era apenas água (II Pedro 3:5; Gênesis 1:2,9). Desta forma, a Bíblia chama um ajuntamento de águas também de abismo (Isaias 51:10). A Terra em andamento de destruição é chamada de abismo:

“Cerraram-se também as fontes do abismo e as janelas dos céus, e a chuva dos céus deteve-se”.

Aqui a Palavra de Deus está dizendo que cerraram as fontes da Terra quando diz fontes do abismo!

Um determinado lugar desértico e sem vida abundante é também chamado de abismo:

“Aquele que os guiou pelos abismos, como o cavalo no deserto, de modo que nunca tropeçaram?” Isaias 63:13.

Nesta passagem o profeta esta fazendo uma menção da experiência do povo de Israel no período em que eles viajaram pelo deserto. Abismo, portanto, na linguagem bíblica, não é um buraco ou um precipício, mas um lugar deserto, desabitado, despovoado.

A besta que subiu do abismo segundo Apocalipse 11:7; 17:8, não saiu de nenhum precipício ou um imenso buraco na terra, mas de um meio em destruição espiritual.

Desta forma, entendemos perfeitamente o que a palavra de Deus diz quando refere-se à prisão de satanás no abismo. Ou seja, ele ficará na Terra despovoada, deserta, escura e sem vida. Isto era simbolizado no cerimonial do santuário.

No décimo dia do sétimo mês, no dia da expiação, dois bodes eram apresentados (Levítico 16:5). Alguns, sem nenhuma razão, creem serem os dois animais símbolos de Cristo, o que veremos não ser verdade.

A lógica e a verdade mostram que, se um bode era pelo Senhor o outro com certeza deve ser para outro ser oposto ao Senhor. E como os dois bodes se achavam em antítese, é certo que o outro que era por “Azazel”, que era oposto ao Senhor, não poderia ser senão por Satanás.

“Orígenes foi o mais erudito dos pais da primitiva igreja cristã, e num ponto como este, no significado de uma palavra hebraica, o seu testemunho é digno de confiança. Orígenes disse: ‘Aquele que é chamado nos setenta e no hebreu Azazel, não é senão o diabo’. Aversão dos setenta, a mais antiga tradução grega tradu-lo por (apopompaios), palavra aplicada pelos gregos a uma divindade maligna apaziguada por sacrifícios. Outra confirmação encontra-se no livro de Enoque, onde o nome Azalzel, evidentemente uma corrupção de Azazel, é dado a um dos anjos caídos, mostrando assim qual era a compreensão dos judeus naquele tempo”.

E não devemos esquecer também que, caso os dois bodes simbolizassem o mesmo ser, a mesma pessoa, não haveria necessidade de se lançar sortes sobre eles, pois tinham o mesmo significado, qualquer um poderia então ser sacrificado “pelo Senhor”. No entanto, a diferença entre os bodes é muito grande, e sendo um “pelo Senhor”, e o outro “por Azazel”, o último logicamente tem que ser por Satanás.

Não desejamos aqui, de forma nenhuma, ensinar nem insinuar que Satanás tenha parte na expiação de nossos pecados. Pois, somente depois de concluída a expiação, com o bode do Senhor, feita a purificação pelo santuário e o altar, é traduzido o bode por Azazel. Note que o sacerdote tinha acabado de fazer a expiação. O santuário e o altar haviam sido purificados, purificados Araão, família e o povo (Levítico. 16:11;15-17), somente depois disto e não antes, aparece o bode emissário em seu papel especial:

“Havendo, pois, acabado de fazer expiação pelo santuário, e pela tenda da congregação, e pelo altar, então fará chegar o bode vivo.” Levítico 16:20.

Sustentamos, portanto, que o bode emissário não tem parte alguma no processo de expiação dos pecados do povo de Deus, que já foram expiados com o sangue do bode do Senhor. Esta obra está completa. O bode emissário não tem nela parte alguma. O bode emissário ou Azazel somente aparece em cena depois que os pecados do povo de Deus tenham sido perdoados. Agora vejamos:

“Ora, onde há remissão destes, (pecados) não há mais oferta pelo pecado”. Hebreus 10:18.

Percebeu? Depois que os pecados do povo já foram expiados pelo bode do Senhor, depois que seus pecados foram remidos pelo sangue do bode do Senhor, não existe mais necessidade de nenhuma oferta adicional. Neste caso, o bode emissário não era realmente usado como oferta pelos pecados, que, como mostramos, já tinham sido apagados e remidos pelo bode do Senhor.

Outro detalhe muito importante, e quem sabe o que faz a grande diferença e é muito marcante, é que o bode Emissário ou Azazel não era mortopois era enviado vivo ao deserto (Levítico 16:10). Sabemos, no entanto que:

“Sem derramamento de sangue não há remissão (Ou expiação) ”. Hebreus 9:22.

“Porquanto é o sangue que fará expiação pela alma.” Levítico 17:12.

E se, o bode emissário não derramava sangue, não era morto, era enviado vivo ao deserto, ele não era usado para fazer de forma nenhuma expiação pelos pecados do povo.

Em levítico 16:10, diz que o bode emissário seria usado para se fazer expiação, mas não pelos nossos pecados, estes já tinham, como vimos, sido feito pelo bode do Senhor. Nada sobrava para ser expiado com o bode Azazel, pois o bode que era para o Senhor, expiava o povo, o santuário, Araão e sua casa (Levítico. 16:15-17,20). Devemos lembrar também que Deus tinha dado mandamentos claros de como devia ser realizado o cerimonial para simbolizar o perdão. Após alguém ter confessado os pecados sobre o animal, a inocente vítima era morta, o sangue daquele animal era então levado para dentro do santuário e espargido diante do véu do santuário. Isto sem mencionar outras cerimônias que eram realizadas ali mesmo no santuário. Porém, todas elas envolviam o derramamento do sangue da vítima e o mesmo era então levado para dentro do santuário. Sobre o bode que representava o Senhor lemos claramente:

“Então Arão fará chegar o bode, sobre o qual cair a sorte pelo Senhor, e o oferecerá para expiação do pecado.” Levítico 16:9.

“Depois degolará o bode, da expiação, que será pelo povo, e trará o seu sangue para dentro do véu; e fará com o seu sangue como fez com o sangue do novilho, e o espargirá sobre o propiciatório, e perante a face do propiciatório.” Levítico 16:15.

Notemos que estes processos não eram realizados com o bode Azazel. Ele não era morto, seu sangue não era derramado nem levado para dentro do santuário, mas o bode era conservado com vida. Portanto, o bode Azazel não era usado para fazer expiação nem usado como símbolo de Cristo. Todas as passagens que falam de Cristo como oferta, deixam claro que:

“Foi levado ao matadouro”. Is. 53:7; At. 8:32.

Derramou Sua alma (Seu sangue) na morte”. Is. 53:12.

“Levando nossos pecados sobre o madeiro”. I Ped. 2:24.

“Pelas Suas feridas fomos sarados”. I Ped. 2:24.

Importa que o Filho do Homem seja levantado (morto)”.  Jo. 3:14.

“...Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado.” I Pedro 1:19.

Existem milhares de outras passagens e todas atestando que Jesus foi sacrificado derramando Seu sangue. Isto, no entanto, jamais sucedeu ao bode emissário ou Azazel.

A expiação feita pelo bode Azazel, é a parte que lhe cabe como originador e instigador do pecado, o qual fez outros cometerem; por estes pecados deve ele pagar em uma Terra deserta e assolada, até que, no final dos mil anos, sofra a pena final através do fogo. Não esqueçamos que, “sem derramamento de sangue não há expiação”.

“O bode emissário só entrava em cena depois de ‘acabado de expiar o santuário’. Ao passo que o Salvador descrito na Bíblia veio em nosso socorro ‘quando éramos ainda pecadores’. Rom. 5:8. Ora, pecadores não necessitam de salvador que só entra em contato com eles depois de os pecados terem sido expiados”. Ritual do Santuário pg

Cristo efetuou uma obra perfeita e não necessita de Satanás. Este, simbolizado pelo bode emissário, expia os próprios pecados. Aqueles que insistem em dizer, que o bode Azazel representa Cristo, estão esperando um Salvador que por eles não irá derramar seu sangue.

“Quando se completava o ministério do lugar santíssimo, e os pecados de Israel eram removidos do santuário em virtude do sangue da oferta pelo pecado, o bode emissário era então apresentado vivo perante o Senhor; e na presença da congregação o sumo sacerdote confessava sobre ele ‘todas as iniqüidades dos filhos de Israel, e todas as suas transgressões, segundo todos os seus pecados’, pondo-os ‘sobre a cabeça do bode’. Semelhantemente, ao completar-se a obra de expiação no santuário celestial, na presença de Deus, e dos anjos do Céu e do exército dos remidos, serão então postos sobre Satanás os pecados do povo de Deus; declarar-se-á ser ele o culpado de todo o mal que os fez cometer. E assim como o bode emissário era enviado para uma terra não habitada, Satanás será banido para a Terra desolada, que se encontrará como um deserto despovoado e horrendo”. O Grande Conflito, pág. 658.


Assim, a profecia mostra que durante os mil anos a Terra ficará desolada e devastada, devastada e vazia, somente Satanás e os anjos maus aqui ficarão. satanás nãos erá destruído, por ocasião da segunda vinda de Jesus, pois este ficará preso circunstancialmente nesta Terra durante os mil anos. Isto era também demonstrado no fato do bode Azazel ser apresentado vivo perante o Senhor, antes de ser levado para uma Terra  deserta (Levítico 16:10). 

Durante a segunda vida de Jesus os ímpios serão destruídos (Lucas 17:26-27; II Tessalonicenses 1:7-9; 2:8) e os salvos serão arrebatados ao Céu (João 14:1-3; I Tessalonicenses 4:15-17; Apocalipse 20:4), ficando a Terra desta forma deserta e vazia. No final dos mil anos Satanás será destruído com fogo o qual também consumirá os ímpios e purificará a Terra (Ezequiel 28:16,18-19; Malaquias 4:1-3; Apocalipse 20:9; II Pedro 3:7,10,12-13).  



Para maiores informações, esclarecimentos ou dúvidas, entre em contato:

Cristiano_souza7@yahoo.com.br  ou pelo Blog!

Que Deus te abençoe!!

terça-feira, 26 de março de 2013

A VERDADE SOBRE O SANTUÁRIO CELESTIAL - Parte 8 (Final)




QUEM É A PONTA PEQUENA DE DANIEL 8:9-12, 23-25?
É muito importante que em nossos artigos façamos uma avaliação em todos ou pelo menos nos principais assuntos relacionados ao santuário. Por isto não poderíamos deixar de mencionar aqui a questão de Antíoco Epifanes. Por que é necessário que façamos uma análise desta questão? Simplesmente porque algumas pessoas relacionam a purificação do santuário com este homem que, segundo a história apócrifa, o profanou oferecendo sobre seu altar animais imundos. Alguns deduzem então que a purificação do santuário não refere-se ao trabalho de Cristo em eliminar os registros de pecados a partir de 1844, mas a uma purificação do santuário terrestre  depois de Antíoco o ter profanado. Para advogar esta ideia é necessário também que a ponta pequena de Daniel 8 seja símbolo de Antíoco Epifanes e não de Roma.
Diante do que até aqui temos estudado, esta teoria fica automaticamente descartada. No entanto, precisamos avaliar de forma mais pormenorizada estas duas possibilidades. Se a ponta pequena de Daniel representa o império Romano, isto reforçará a ideia que até aqui temos apresentado da purificação do santuário celestial a partir de 1844.
Se você talvez nunca ouviu falar desse tal de Antíoco Epifanes, vou explicar rapidamente o motivo pelo qual  é imprescindível que analisemos esta questão.
O ponto principal é que a profecia de Daniel 8 mostra que a profecia da purificação ocorreria logo a pós a supremacia da ponta pequena, a qual surgiu de um dos quatro chifres do bode (Daniel 8:9). Por isso que, sendo Roma esta ponta pequena, forçosamente a purificação do santuário deveria ocorrer somente depois da supremacia romana. Sabemos que o império romano já na forma “cristã” durou até o século 18, precisamente até ao ano de 1798. Portanto, a purificação do santuário, ou o fim das duas mil e trezentas tardes e manhãs deveria ser posterior a esta data. Como já vimos o dia antitípico da expiação começou em 1844, reforçando também a ideia de que Roma foi representada pela ponta pequena.
Os que não concordam com esta postura teológica e combatem a doutrina do santuário celestial a ser purificado a partir de 1844 acabam tendo que encontrar outra aplicação para as 2300 tardes e manhãs e a purificação do santuário.
É neste ponto que alguns veem – diga-se de passagem, de forma equivocada – a possibilidade de Antíoco Epifanes cumprir esta profecia. Para tanto, é necessário que se faça três "manobras":
1ª – Tentar provar que a ponta pequena representa Antíoco Epifanes que governou do ano 175 a 164 a.C.
2ª – Mostrar que a purificação do santuário ocorreu logo após o reinado de Antíoco, que segundo alguns era representado pela ponta pequena.

3ª Como a profecia mostrava a purificação do santuário até duas mil e trezentas tardes e manhãs e logo após a supremacia da ponta pequena, e Antíoco viveu mais de um século antes da era cristã, é necessário fazer com que as duas mil e trezentas tardes e manhãs representem apenas 1.150 dias e não 2300 anos, o que se estenderia até á era Cristã e eliminaria qualquer aplicação a Antíoco.
Passaremos a seguir, analisar os dois pontos de vista, e veremos que não existe nem na profecia nem na história nenhum fundamento para que seja Antíoco Epifanes a ponta pequena, mas que este pequeno chifre que cresceu muito representa o império romano, isto por várias razões que veremos a seguir.
Do livro: “As Profecias de Daniel”, transcrevemos o seguinte:
“Significa Antíoco? Se assim é, este rei deve cumprir as especificações da profecia. Se não as cumprir, não se lhe pode aplicar o símbolo.
1“O chifre pequeno saiu de um dos quatro chifres do bode. Era, portanto, um poder ou uma potência separada, existindo independentemente e distintamente de qualquer dos chifres do bode”.
2“Quem foi Antíoco? Desde o tempo em que Seleuco se fez rei sobre a porção Síria do império de Alexandre, constituindo assim o chifre sírio do bode, até o país ser conquistado pelos romanos, reinaram 26 reis sucessivamente sobre este território. O oitavo destes foi Antíoco Epifanes. Este era, pois, simplesmente um dos 26 reis que constituíram o chifre sírio do bode. Foi, portanto, esse chifre enquanto reinou. Por isso ele não podia ser ao mesmo tempo uma potência separada e independente, nem outro chifre notável como foi o chifre pequeno”.
3“Se fosse apropriado aplicar o símbolo da ponta pequena a qualquer dos 26 reis sírios, teria certamente de aplicar-se ao mais poderoso e ilustre de todos. Mas Antíoco Epifanes de maneira nenhuma foi o rei mais poderoso da linhagem Síria...”.
4“O chifre pequeno cresceu sobremaneira. Mas tal não sucedeu com Antíoco, ao contrário, não ampliou seu domínio,...”.
5“O chifre pequeno, em comparação com as potências que o precederam, cresceu. A Pérsia é simplesmente chamada grande, embora reinasse sobre cento e vinte sete províncias. Éster 1:1. A Grécia, sendo ainda mais extensa, é chamada muito grande. Agora, o chifre pequeno, que se tornou excessivamente grande, tem de ultrapassar a ambos. Quão absurdo, pois, é aplicar isto à Antíoco, que foi obrigado a abandonar o Egito sob a ordem ditatorial dos romanos, a quem ele pagou enormes somas de dinheiro como tributo. A Enciclopédia religiosa diz-nos, sobre a história de Antíoco: ‘Encontrando seus recursos esgotados resolveu entrar na Pérsia para levantar tributo e recolheu grandes somas que ele havia concordado em pagar aos romanos’. Não é preciso muito tempo para decidir a questão de qual foi o maior poder:” (Que mais se encaixa como sendo a ponta que cresceu sobremaneira) “o que evacuou o Egito,” (Antíoco) “ou o que ordenou a evacuação;” (Roma) “ o que cobrou o tributo,” (Roma) “ou o que foi compelido a pagá-lo”. (Antíoco).
6“O chifre pequeno havia de opor-se ao Príncipe dos príncipes, expressão que aqui significa, sem contestação, Jesus Cristo. Daniel 9:25; Atos 3:15; Apocalipse 1:5. Mas Antíoco morreu cento e sessenta e quatro anos antes de nascer nosso Senhor. A profecia não pode, portanto, aplicar-se a ele, pois não cumpre as especificações num aspecto sequer. Por que motivo alguém iria aplica-la a Antíoco? Respondemos: os romanistas aceitam esta interpretação para evitar a aplicação da profecia a eles mesmos. E muitos” (que se dizem protestantes) “os seguem...”. PD 122, 123.
7 – A visão das 2300 tardes e manhãs jamais podem ser aplicadas ao rei Antíoco, pois o anjo disse claramente que esta visão se realizaria no fim do tempo. “... porque se exercerá no determinado tempo do fim. Dan. 8:17, 19. De acordo com Daniel 12:4, o tempo do fim começou no século 18 quando a ciência começou a se multiplicar. Mas Antíoco morreu muito, muito antes disso... Como aplicar a ele esta profecia?
8 – Outro fato também bastante interessante é que, como vimos, a profecia de Daniel 8:14, menciona 2300 anos, mas para que possam aplica-la a Antíoco, os desapercebidos do erro que estão cometendo, dizem não se tratar de 2300 anos, mas, apenas de 1.150 dias literais como já mencionamos.
Supondo que sejam apenas 1.150 dias literais, mesmo assim seria difícil aplicar a profecia ao rei Antíoco, pois o período em que Antíoco profanou o templo não soma 1.150 dias nunca!
Antes de fazermos o cálculo e provarmos este fato, queremos dizer que teremos que recorrer ao livro apócrifo de Macabeus para verificarmos esta questão. Isto não é costume nosso, pois para defendermos a verdade nos basta a Bíblia com seus 66 livros inspirados. Mas como esta historinha de Antíoco se encontra neste livro que os evangélicos consideram não de confiança e não inspirado, teremos que entrar neste terreno também. Agora, uma coisa eu fico a perguntar: Como podem basear uma doutrina em um livro que não acreditam?!... A quantas falsidades os homens recorrem para rejeitarem e verdade de Deus!! Pode ser que estão repetindo a história dos moradores de Sodoma que:
“... tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios tornaram-se loucos... Pois mudaram a verdade de Deus em mentira,...” Rom. 1:21, 22, 25.

Já que acreditam nesta parte deste livro apócrifo sobre Antíoco, deveriam acreditar também que:
1 – Dar esmolas apaga pecados. Tobias 12:8, 9;  4:10.
2 – Que devemos orar pelos mortos para que sejam livres dos pecados. II Macabeus 12:46.
3 –Não podemos fazer bem àqueles que não obedecem a Deus, e impedir que outros o façam. Eclesiástico 12:6.
4 – Feitiçaria e simpatia são permitidas e aprovadas pelo Céu, pois expele demônios. Tobias 6: 8, 9.
5 – Que mentir não é pecado, pois anjos também mentem. Tobias 5:15-19.
Vejamos, no entanto, o que a Palavra inspirada nos revela sobre estas questões:
1 – Se dar esmolas apaga pecados, isto seria como comprar ou negociar o perdão de Deus. No entanto, a salvação é um dom gratuito de Deus. Ef. 2:8-9; Is. 55:1; Ap. 22:17; etc.
2 – A palavra de Deus nos afirma que após a morte não há lembrança nem memória de absolutamente nada. Que podemos salvar apenas nossa alma sem interferir na salvação de outros. Ecl. 9:5-6;  Ez. 14:14, 16; Sl. 49:9. E que a chance de nossa salvação finda com a morte. Is. 38:18-19; Ez. 18:24; Heb.9:27; etc.
3 – Não fazer bem aos maus... Isto está muito contrário ao que a palavra do Senhor diz. Leia Prov. 25:21-22; Rom. 12:19-21; Mat. 5:42-48.
4 - A Bíblia aponta outros passos opostos à feitiçaria ou às simpatias para que Satanás se afaste de nós. Mat. 4:4-11; Tg. 4:7, etc.
5 – A lei de Deus é contra a mentira. Ex. 20:16. E todos os que a praticam perderam a salvação. Ap. 22:15;  Sl. 5:6; etc.
Por aí se vê de que fonte muitas denominações religiosas tiram suas doutrinas... De livros apócrifos contraditórios entre si e com a Bíblia! Mas como já mencionamos, nem usando tais artimanhas contra a verdade conseguem ofuscá-la. Vamos fazer, pois o cálculo baseado na historinha relatada no livro de Macabeus e veremos que mesmo assim não dá 1.150 dias em que o santuário ficou profanado como pretendem muitos.
O livro de macabeus 1:54, relata que:
 “No dia 15 do mês de Casleu, no ano cento e quarenta e cinco, edificaram a abominação da desolação sobre o altar de Deus”.
 “Foi edificada no dia 15 do mês de Casleu”. Aqui já começa a contradição, pois no mesmo livro, porém no capítulo 4: 52-54, está escrito:
“No dia 25 do mesmo mês, chamado o mês de Casleu,... No mesmo tempo e no mesmo dia, em que os gentios o tinham profanado, foi ele novamente consagrado”.
Notou? Dia 15 ou 25? Primeiro acreditam em um livro apócrifo cheio de doutrinas contrárias á verdade, e depois acabam negando alguma coisa do mesmo, pois que não bate com o resultado da conta que desejam obter. Ficam apenas com Macabeus 1:57, e então fazem seus cálculos excêntricos. Vejamos:
Macabeus 1: 54 relata que a abominação foi colocada em 15 de Casleu do ano 145. No capítulo 4:52, diz que no dia 25 no ano 148 foi ela retirada e o altar novamente consagrado. 
Agora façamos os cálculos para ver se isto soma 1.150 dias:
 Neste cálculo temos 3 ano e 10 dias. Isto tomando o dia 15 de Casleu do ano 145 ao dia 25 de Casleu de 148. Onde estão os 1.150 dias como pretendem? Pois neste cálculo, como se vê, temos apenas 1.090 dias. Se se tomar o dia 25 do Mês de Casleu do ano 145, para começo da contagem – como seria o correto de acordo com Macabeus 4:52-54 – complica mais ainda, pois se perde mais 10 dias. Vejamos:
 
  
Como podemos notar acima, não se encontra 1.150 dias nunca! No primeiro cálculo temos 1.090 dias. Se, admitirmos dois sacrifícios diários nesse cálculo – o que é muito errado, pois como já vimos, a profecia dos 2300 dias não se refere a sacrifícios – teremos apenas 2.180 sacrifícios, nunca 2300 sacrifícios como alguns defendem. Se tomarmos o segundo cálculo, temos então 1.080 dias, e conseqüentemente 2.160 sacrifícios apenas. Algumas pessoas procuram utilizar nesta profecia o calendário Gregoriano em que o ano tem 365 dias; mas em profecia não existe ano de 365 dias, mas apenas de 360 como ensina a Bíblia. E devemos levar em conta ainda que nos dias de Antíoco não existia calendário Gregoriano e utilizá-lo para se tentar achar 1.150 dias é desvirtuar totalmente a verdade e a história. Outro detalhe muito importante é que o mês de Casleu ou Quisleu como aparece em outras versões era o nono mês do calendário Judaico. Veja Nee. 1:1; Esd. 10:9; Zac. 7:1; Dic. John Davis pg 499. Sendo assim, este mês e os demais do ano judaico tinham apenas 30 dias e automaticamente o ano continha somente 360 dias. Para aqueles que tentam utilizar o ano de 365 dias para a história de Antíoco deveriam utilizar o ano de 365 dias para os 42 meses de Apocalipse 13:5 ou para Daniel 7:25, e também para as 70 semanas de Daniel 9:24. Se tomarmos como exemplo os 42 meses de apocalipse 13:5 e aplicarmos o mesmo cálculo que alguns fazem com a história de Antíoco então teríamos que admitir mais 5 dias em cada ano, o que deturparia totalmente a profecia que exige apenas 1.260 dias (Apocalipse 12:6; 11:3). Se tomarmos as 70 semanas aí sim temos mais absurdos, pois, 70 semanas somam em profecia 490 anos, se multiplicarmos isto por 5 dias a mais em cada ano, temos  o total de 2.450 dias  adicionais, ou seja, mais de 6 anos. Aí teríamos que admitir que as 70 semanas não terminaram em 34 d.C. mas talvez em 40 depois de Cristo. Onde iríamos parar?! Mas se utilizam um cálculo em uma profecia, como podem utilizar outro totalmente diferente nas demais? Sem dúvida, a única justificativa se encontra em tentar encontrar na bíblia o que nela não existe!
Quão mais lógico e racional é aplicar aponta pequena ao império romano. Vejamos:
1 “O campo da visão aqui é substancialmente o mesmo que o abrangido pela imagem de Nabucodonosor, de Daniel 2, e a visão de Daniel 7”. Em ambas as profecias o poder que sucedeu a Grécia “como a quarta grande potência foi Roma. A única dedução natural seria que o chifre pequeno” – a potência que na visão de Daniel 8 sucede a Grécia como extraordinariamente grande – “é também Roma”.
2“O chifre pequeno sai de um dos chifres do bode. Como se pode dizer isso de Roma? Perguntará alguém. É desnecessário lembrar que governos terrestres não são apresentados na profecia enquanto não se tornam de certo modo relacionados com o povo de Deus. Roma se relacionou com os judeus, o povo de Deus naquele tempo, pela famosa liga judaica, de 161 a.C. (Flávio Josefo “Antiguidades judaicas” livro 12, cap. 10, séc. 6; Hunpherey Prideaux, “The Old and new Testament Connected in the History of the Jews” vol. 2, p. 166). Roma tinha conquistado a Macedônia e tornado esse país uma parte de seu império. Roma é, pois introduzida nas profecias  precisamente quando, depois de vencer o chifre macedônico do bode, sai para novas conquistas em outras direções. Por isso, ao profeta parecia sair de um dos chifres do bode”.
3“O chifre pequeno se engrandeceu para o sul. Assim sucedeu com Roma. O Egito se tornou província do império romano no ano 30 a.C. e nessa condição continuou por vários séculos”.
4“O chifre pequeno se engrandeceu para o Oriente. Isso também fez Roma. Conquistou a Síria em 65 a.C. e tornou-a província”.

5“O chifre pequeno se engrandeceu para a terra formosa. Assim fez Roma. A Judéia é chamada ‘terra formosa’ em muitas passagens bíblicas. Os romanos a tornaram província de seu império em 63 a.C. e finalmente destruíram a cidade e o templo e dispersaram os judeus por toda a Terra”.
Note e estude com cuidado a ilustração seguinte as partes da estatua e os animais correspondentes a esta mesma parte.
6“O chifre pequeno engrandeceu-se contra o exército do céu. Roma fez isso também. A expressão ‘exército do céu’ quando empregada simbolicamente em referência a eventos que ocorrem na Terra, necessariamente denota pessoas de caráter ilustre ou posição elevada. Do grande dragão vermelho (Apocalipse 12:4) se diz ter arremessado à terra um terço das estrelas do céu. O dragão é aqui interpretado como símbolo da Roma pagã. Evidentemente é o mesmo poder e a mesma obra aqui apresentada que torna novamente necessário aplicar à Roma este chifre pequeno”.
7 – “O chifre pequeno se engrandeceu até contra o Príncipe do exército. Unicamente Roma fez isto. Na interpretação (versículo 25) se diz que o chifre pequeno se levantará contra o Príncipe dos príncipes. Quão claramente alude a crucifixão de nosso Senhor sob a jurisdição dos romanos!”. PD 123, 124.
8 – Do chifre pequeno se diz que “Sem mão será quebrado”. Compare com Daniel 2:34 e podemos notar ali que isto se cumprirá ainda no futuro quando uma pedra "sem mão" destruirá os reinos desse mundo. Não pode isto se aplicar a Antíoco nem ao seu reino, pois este não existe mais. No caso de Roma é o mais conseqüente, pois que esta ainda impera e imperará entre as nações.
9 – Do chifre pequeno também encontramos que era “um rei feroz de cara”. Moisés, profetizando sobre Roma disse: “O Senhor levantará contra ti uma nação de longe, da extremidade da terra, que voa como águia, nação cuja língua não entenderás. Nação feroz de rosto, que não atentará para o rosto do velho, nem se apiedará do moço”. Deut. 28:49-50.
10 – Falando do chifre pequeno o anjo disse: destruirá os fortes e o povo santo”. Como se cumpriu isto de maneira plena com Roma em sua segunda faze, a chamada Roma “cristã”! Ninguém até hoje esqueceu os horrores da inquisição em que foram mortos cerca de 100 milhões de Cristãos. Compare com Daniel 7:25; Apocalipse 13:7. De que forma mais clara a inspiração poderia referir-se a este poder senão o de dizer que o mesmo estava embriagado com o sangue dos santos, e com o sangue das testemunhas de Jesus?! Apoc. 17:6.
11 – Jesus falou da abominação da desolação do chifre pequeno, como este ainda exercendo seu poder depois ainda de Sua morte:
“Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, atenda. Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes...” Mateus 24:15,16.
















Em Daniel 2 Babilônia é representada pela cabeça de ouro. Já no capítulo 7 o mesmo reino é simbolizado por um leão com asas, ou seja, a cabeça e o leão representam uma e a mesma coisa.O mesmo se dá com os demais reinos que sucederam Babilônia. Note as partes da estátua  e os animais que se referem ao mesmo reino e mesmo período. Em Daniel 2 a profecia destacou todos os reinos mas omitiu a supremacia papal. Já em Daniel 7 tanto os reinos com a supremacia papal são destacados. Em Daniel 8, o reino babilônico não é mencionado, mas é enfatizado a supremacia e o domínio papal simbolizado pelo chifre pequeno. “O campo da visão aqui (Daniel 8) é substancialmente o mesmo que o abrangido pela imagem de Nabucodonosor, de Daniel 2, e a visão de Daniel 7”. Em ambas as profecias o poder que sucedeu a Grécia “como a quarta grande potência foi Roma. A única dedução natural seria que o chifre pequeno” – a potência que na visão de Daniel 8 sucede a Grécia como extraordinariamente grande – “é também Roma”.

Inegavelmente este texto por si só, é o suficiente para mostrar que a ponta pequena não pode representar Antíoco Apifanes que já havia morrido a mais de um século, mas Jesus, em alusão à ponta pequena, mencionou o império Romano que sitiou Jerusalém sendo um sinal para a fuga dos discípulos, mostrando que Roma é a abominação da desolação ou seja, a ponta pequena mencionada no livro de Daniel.

Bem, chegamos ao fim de nosso estudo sobre o santuário celestial. Cremos que os principais aspectos relacionados a este assunto foram aqui abordados. Se porventura restar ainda alguma dúvida, entre em contato pelo blog ou pelo seguinte e-mail:

cristiano_souza7@yahoo.com.br

Que Deus te abençoe!!

domingo, 24 de março de 2013

A VERDADE SOBRE O SANTUÁRIO CELESTIAL - Parte 7



AS FASES DO JUÍZO
No artigo anterior, você compreendeu que a purificação do santuário celestial consiste na eliminação dos registros dos pecados dos livros celestiais mediante o sangue de Jesus. Para que estes pecados sejam apagados, é necessário que se faça uma obra de investigação na vida daqueles que professam crer no sacrifício de Jesus como único meio de se obter a eliminação de qualquer vestígio de transgressão.
Esta obra de investigação é necessária para que fique provado diante de todo o universo, diante de seres santos ou pecadores, que é possível, mesmo ao homem caído, pelo poder e graça de Deus, guardar Sua lei que é santa justa e boa (Romanos 7:12).
Com a obra do juízo, provando que é possível guardar a lei de Deus, Cristo desmascarará Satanás mais uma vez. Apontará seu povo, especialmente os que viveram na hora de maior apostasia e iniquidade, e dirá: “Aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus” (Apocalipse 14:12). Desta forma, não apenas Satanás será condenado, mas também todos seus seguidores, por terem escolhido se rebelar sem motivo contra Deus e Sua santa lei. E, assim como Noé, ao preparar a arca, condenou o mundo ímpio antes do dilúvio (Hebreus 11:7), o povo de Deus, ao ser no juízo declarado justo, automaticamente condenará todos aqueles que desprezaram a lei de Deus e sua autoridade.
O juízo se processa primeiramente no Céu, e depois terá então outras fases. Estudaremos todas estas fases do juízo e como elas acontecem.
O Juízo Investigativo
O profeta Daniel relata que após o surgimento do reino da Babilônia, Medos e Persas, Grécia, Roma e aquela potência simbolizada pela ponta pequena, se estabeleceria o juízo. Para chegarmos a esta irrefutável conclusão basta lermos Daniel 7:1-10. Ora, a ponta pequena de Daniel 7:8, teve seu cumprimento mais específico a contar do ano 538 d.C. até o ano de 1798, e no final deste período, da supremacia da ponta pequena, segundo o livro de Daniel, o juízo se assentaria. Assim foi relatado:
“Assentou-se o juízo e abriram-se os livros”.
No final do juízo Daniel viu que os reinos do mundo seriam entregues ao Filho de Deus. Dan. 7:10,13-14. Desta forma, pode-se compreender claramente que o juízo, ao qual se referiu Daniel, aconteceria depois da supremacia da ponta pequena e antes da destruição dos reinos terrestres. Ou seja, não antes de 1798. Se, como podemos bem notar, Jesus não tem ainda o domínio total sobre a Terra, e os reinos desta ainda não Lhe foram entregues, é óbvio que estamos vivendo ainda nos dias do juízo. Este é o juízo investigativo. É o juízo que tem lugar antes que Cristo volte nas nuvens do céu, para então destruir os reinos mundanos e implantar Seu reino de justiça.
No juízo investigativo somente tomam parte aqueles que conhecem e professam a verdade. Analisaremos alguns textos sobre isto:
“Já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus”. I Pedro 4:17.
Perceba que o julgamento começaria pelos que conhecem, os da casa de Deus.
Eclesiastes 3:17: “Deus julgará o Justo e o ímpio”.
Repare que o sábio mencionou o julgamento do justo como precedendo ao do ímpio. Algumas pessoas acreditam que os justos não serão julgados, mas não é isto que a Palavra de Deus diz. Muitos se apoiam na seguinte passagem:
“... quem ouve Minha palavra não entra em juízo...”.
Devemos, porém entender que este juízo não se refere ao juízo investigativo, mas especificamente ao juízo executivo, ou o juízo de condenação. Tanto que na versão Revista e Corrigida e em outras versões, esta passagem de João 5:24 reza:
“... não entrará em condenação...”.
No grego, a palavra correspondente, a qual foi traduzida na versão Revista e Atualizada por juízo é (krisin) krisin”, que pode ser corretamente traduzida, como foi na versão Revista e Corrigida por: “condenação, punição.” Ou seja:
“... não entrará em punição...”.
Como veremos neste artigo, a palavra juízo pode também, ter em muitos casos o sentido de punição ou condenação. Veja ainda estes exemplos:
“... e os que tiveram praticado o mal, para a ressurreição do juízo (Krisin, condenação punição)”. João 5:29.
“Mas uma certa expectação horrível de juízo (krisin, condenação, punição) e ardor de fogo que, há de devorar os adversários”. Hebreus 10:27.
“... Ai daquela grande Babilônia, aquela forte cidade, pois numa hora veio o seu juízo (Krisin, condenação, punição)”. Apocalipse 18:10.
Por este tipo de juízo, é mais do que certo que os justos não hão de passar.
Mas sobre passarem pelo juízo de investigação a Palavra de Deus é clara. Como vimos em Eclesiastes 3:17, “Deus julgará o justo”. Leiamos mais algumas passagens sobre isto:
“Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo”. Romanos 14:10,12.
Quando Paulo diz “todos”, ele se inclui entre os que serão julgados ao mencionar também: havemos”.
O apóstolo João também se coloca entre os que serão julgados, ao escrever:
 “... para que no dia do juízo tenhamos confiança...” I João 4:17. 

Outros textos também são bem claros:
 “Ele julgará ao teu povo com justiça...”. Salmo 72:2.
“E foi-me dado uma cana semelhante a uma vara: e chegou o anjo e disse: Levanta, mede o templo de Deus, e o altar, e os que nele adoram”. Apocalipse 11:1.
No dicionário, o verbo medir tem também o sentido de fazer uma vistoria, uma avaliação, estimação ou uma investigação naqueles que estão na casa de Deus.
“E os servos, saindo pelos caminhos, ajuntaram tantos quantos encontraram, tanto maus como bons; e a festa nupcial foi cheia de convidados. E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava trajado com vestidos de núpcias”. Mateus 22:10-11.
“Quando o rei entrou para ver os convivas, foi revelado o verdadeiro caráter de todos. A cada comensal foi provido um vestido de bodas. Essa veste era uma dádiva do rei. Usando-a, os convivas demonstravam respeito ao doador da festa. Um homem, porém, estava com seus trajes comuns. Recusara fazer a preparação exigida pelo rei. A veste provida por ele com grande custo, desdenhou usar. Deste modo insultou seu senhor. À pergunta do rei: ‘Como entraste aqui não tendo veste nupcial?’ nada pôde responder. Condenou-se a si mesmo. Então o rei disse: ‘Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e lançai-o nas trevas exteriores’”.
“O exame dos comensais pelo rei representa uma sena de julgamento. Os convivas à ceia do evangelho são os que professam servir a Deus, cujos nomes estão escritos no livro da vida. Luc 10:20; Fil.4:3;  Ap. 13:8; 20:12; etc. Nem todos, porém, que professam ser cristãos, são discípulos verdadeiros. Antes que seja dada a recompensa final,  precisa ser decidido quem está apto para participar da herança dos justos. Essa decisão deve ser feita antes da segunda vinda de Cristo, nas nuvens do céu; porque quando Ele vier, o galardão estará com Ele ‘para dar a cada um segundo sua obra’. Antes de sua vinda o caráter da obra de cada um terá sido determinado, e a cada seguidor de Cristo o galardão será concedido segundo seus atos”
Enquanto os homens ainda estão sobre a Terra, é que a obra do juízo investigativo se efetua nas cortes celestes. A vida de todos os seus professos seguidores é passada em revista perante Deus; todos são examinados de acordo com os relatórios nos livros do Céu. Dan. 7:10; Mal.3:16; Ne. 13:14; Sl. 56: 5,6; Jer. 2:22; etc, e o destino de cada um é fixado para sempre de acordo com seus atos”. Parábolas de Jesus págs. 309, 310.
Neste sentido é que se cumprirão as palavras de Cristo:
“Estando dois no campo, será levado um, e deixado outro; estando; duas moendo no moinho será levada uma, e deixada outra. Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor”.
Esta é a vinda de Cristo em juízo, pois o mesmo acontece no Céu e nosso caso será analisado e decidido em uma hora em que não pensamos nem sabemos. Compareceremos a este juízo através dos registros celestiais que contém o relato fiel de toda nossa vida, nossas ações, de nossos pensamentos ou palavras. Por isso Jesus nos exorta a vigiarmos “porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis”. Mateus 24:44.
  
 O Juízo Retributivo 
Na Bíblia existem inumeráveis provas do juízo retributivo. Este juízo terá lugar exatamente durante a segunda vinda de Cristo. As escrituras testificam dizendo que quando o Filho de Deus voltar Ele dará a cada um segundo suas obras. Ap. 22:12; Mat. 16:27; Is. 40:10,11; 62:11; etc.
Paulo, falando sobre este assunto em sua carta aos Romanos 2:5-6, diz:
“Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus; o qual recompensará a cada um segundo as suas obras”.
Notemos bem que, em Sua segunda vinda, Jesus manifestará o resultado do juízo investigativo que já ocorreu no Céu. Mas não devemos deixar de notar que em sua volta Ele recompensará a cada um. Ou seja, retribuirá a cada um segundo as suas obras. Rom. 2:7,8. Este é o juízo retributivo. Judas, escrevendo sobre o mesmo assunto, nos versículos 14 e 15, menciona este juízo que terá lugar na segunda vinda de Jesus nas seguinte palavras:
Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos; para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as sua obras de impiedade, que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra Ele”.

O juízo Vindicativo
Neste juízo somente os ímpios serão julgados. De forma geral, o caso dos perdidos, não será avaliado no juízo investigativo, pois, como vimos, este é para aqueles que conhecem a verdade. Durante os mil anos, enquanto os salvos estarão no Céu e os ímpios mortos na Terra (Jeremias 25:33), será realizado, pelos salvos, o julgamento dos ímpios, a fim de que fique decretada a pena que cada um irá pagar no castigo final através do fogo e para que possa eliminar de forma total alguma dúvida quanto ao caráter de Deus antes que Ele possa de uma vez por todas eliminar o mal. A Bíblia menciona este juízo da seguinte forma:
“E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos.” Apocalipse 20:4.
“Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?” I Corintios 6:2.
  
O Juízo Executivo
O juízo executivo terá lugar na Terra depois dos mil anos, quando os ímpios cercarem a cidade santa a Nova Jerusalém. Mas descerá fogo do céu e os devorará. Ap. 20:8-10.
O salmista Davi, escrevendo sobre este assunto, disse o seguinte no salmo 11:6:
“Sobre os ímpios fará chover laços, fogo, enxofre, e vento tempestuoso: eis a porção do seu corpo”.
Podemos também, corretamente, traduzir este salmo assim:
“... eis a recompensa do seu corpo”.
Este será o juízo executivo.
O apóstolo Pedro esclareceu ainda mais esta verdade ao escrever:
“Mas os céus e a Terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios”. II Pedro 3:7.
Notemos bem que o apóstolo relaciona o dia do juízo com a destruição da Terra pelo fogo juntamente som os ímpios. Este não pode ser de forma alguma um juízo de investigação, nem o juízo que Cristo exercerá em Sua segunda vinda, pois nestas ocasiões a Terra não será ainda queimada com fogo como se acha registrado neste juízo ao qual Pedro se refere.
Sim, a palavra de Deus faz referência a quatro fases do juízo, a saber: O investigativo que tem lugar antes da segunda vinda de Cristo, o vindicativo que ocorrerá no Céu durante mil anos enquanto a Terra está vazia, realizado pelos salvos, o retributivo que terá lugar na vinda de Cristo, e o executivo, que acontecerá na destruição final dos ímpios pelo fogo.
Não podemos confundir estas quatro fases do juízo. Alguns cometem este erro citando textos da Bíblia que mencionam um juízo no futuro e pensam tratar-se do juízo que decidirá cada caso para a vida ou para a morte. Porém, este juízo ocorre em nossos dias e por isto devemos vigiar, pois quando Jesus voltar Ele virá já com o resultado ou com a sentença desse juízo que se passa no santuário celestial, onde aceita-se nomes e rejeita-se nomes.
Devemos lembrar que, para os Israelitas, o dia da expiação significava o “dia de juízo”, pois neste dia Deus julgava seu povo, escolhendo se os pecados seriam ou não removidos do santuário.
O dia antitípico da expiação, ou seja, a realidade daquela cerimonia judicial expiatória do Antigo Testamento, é a obra que Jesus está realizando no lugar santíssimo do santuário celestial desde 1844, decidindo se os pecados permanecem ou não nos registros celestiais.
“De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os Seus mandamentos; porque este é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom ou mal”. Ecl. 12:13,14.
Continua...
cristiano_souza7@yahoo.com.br

quinta-feira, 21 de março de 2013

Mateus 19:9. É o Casamento um Concerto Vitalicio?


O casamento é um acordo ou concerto que se faz por toda a vida. No entanto, parece que mesmo no meio evangélico algumas pessoas tem questionado esta questão. Alguns o fazem com base na passagem de Mateus 19:9, que diz:

“ Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.”

O ponto destacado: “não sendo por causa de prostituição”, na mente de muitos, parece deixar uma cláusula de exceção sob a qual poderia-se contrair novas núpcias. Ou seja, segundo esta passagem, se houver prostituição, o marido pode então deixar sua esposa e contrair um novo casamento. Porém, devemos enfatizar que Jesus não estava referindo-se ao marido e a mulher legalmente casados e que construíram uma vida juntos, ou que viveram por determinado tempo.

A expresão grega, utilizada pelo escritor sagrado, a qual foi traduzida por “prostituição” é “Pornéia”. O léxico do novo testamento grego traduz esta palavra da seguinte forma: “Pornéia: Prostituição.” Existe outra palavra grega “Moicheia” que é traduzida corretamente por “Adultério”. Estas palavras são traduzidas de formas distintas em vários textos da Bíblia. Vejamos:

“Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério(Moicheia), prostituição(Pornéia), impureza, lascívia.” Gálatas 5:19. 

Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios(Moicheia), prostituição(Pornéia), furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.” Mateus 15:19.

A Bíblia faz desta forma, distinção entre adultério e prostituição. O Adultério, como todos sabem, ocorre entre pessoas casadas, já a prostituição, segundo a Palavra de Deus, ocorre entre pessoas solteiras. Portanto, o “não sendo por causa de prostituição (pornéia)” é uma cláusula de exceção para os solteiros, não para os casados. Caso contrário, se o texto sagrado estivesse referindo-Se aos casados, ele teria dito: “não sendo por por causa de MOICHEIA (adultério)”, o que ele, no entanto, não o fez. Algumas versões da Bíblia utilizam a palavra adultério em Mateus 19:9, mas não é tradução correta, pois ali a palavra grega (Pornéia) exige a palavra “prostituição” como sendo a tradução correta.

Esta diferença entre prostituição e adultério é bem patente também algumas vezes nas escrituras hebraicas. Um exemplo disso, nós encontramos em Oseias 4:13-14:

“... por isso vossas filhas se prostituem, e as vossas noras adulteram. ...Eu não castigarei vossas filhas, quando se prostituem, nem vossas noras, quando adulteram.” 

Por que as filhas se prostituem? Por que são solteiras! E as noras, por que adulteram? Lógico, por que são casadas!

O que alguns questionam é que o relato contextual de Mateus 19 parece se referir a pessoas casadas como demonstrado na pergunta dos fariseus (Mateus 19:3). Sendo assim, a cláusula de exceção mencionada no versículo 9 que, segundo o texto grego, se refere aos solteiros, não pode ser aplicada para marido e mulher legalmente casados!

Mas resta uma questão: No próprio versículo 9, Jesus parece referir-Se a uma questão matrimonial ao mencionar:  “qualquer que repudiar sua mulher...”

Por que então Jesus usou a expressão “repudiar sua mulher...” se ele não estava falando de pessoas casadas, mas de pessoas solteiras ao usar a palavra prostituição (Pornéia)?

Devemos entender que o conceito de marido e mulher hoje no ocidente é bem diferente do conceito que imperava no oriente no tempo de Jesus. Entendemos hoje que marido e mulher são pessoas legalmente casadas segundo as leis do país e que se comprometeram viver para sempre um ao lado do outro, ou que assim já vivem. No oriente, este conceito era um pouco diferente. Vejamos:

“Então disseram aqueles homens a Ló: Tens alguém mais aqui? Teu genro, e teus filhos, e tuas filhas, e todos quantos tens nesta cidade, tira-os fora deste lugar; ...Então saiu Ló, e falou a seus genros, aos que haviam de tomar as suas filhas, e disse: Levantai-vos, saí deste lugar, porque o SENHOR há de destruir a cidade. Foi tido porém por zombador aos olhos de seus genros.” Gên. 19:12,14.

Genros que ainda não haviam casado! Eram solteiros, mas já considerados maridos das filhas de Ló!

Outro exemplo clássico:

“Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo. Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente. E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo.” Mateus 1:18-20.

É fácil perceber no texto que Maria e José ainda não se haviam ajuntado, ou seja, eles não viviam como marido e mulher. Eles não estavam legalmente casados, porém, já eram considerados como marido e mulher! Percebamos, o que José era de Maria? Resposta: Marido! E o que Maria era de José? Esposa!

Na verdade era como se fossem noivos, mas um noivado muito mais comprometido do que os que conhecemos em nossos dias. Neste noivado ambos eram considerados marido e mulher!

O que ocorreria se, neste período, a moça, por exemplo, traísse seu noivo ou o seu já considerado esposo? Neste caso o noivo, o já considerado marido, poderia deixa-la e se casar livremente com outra pessoa! Se lermos o relato de Mateus percebemos que foi isto que José pensou em fazer, só não o fez porque o anjo não permitiu (Mateus 1:19,20).

Segundo o texto de Mateus 19:9, Jesus estava mostrando que, em caso de prostituição durante aquele noivado, era permitido ao já considerado marido repudiar sua já considerada mulher e se casar com quem desejasse.

Os judeus sabiam e conheciam as circunstâncias do nascimento de Cristo. Sabiam que Maria havia ficado grávida antes de ser dada a José. Por isso, disseram a Jesus certa ocasião:

“Disseram-lhe, pois: Nós não somos nascidos de prostituição (Pornéia) ; temos um Pai, que é Deus.” João 8:41.

“Jesus negou que os judeus fossem filhos de Abraão. Disse: "Vós fazeis as obras de vosso pai." Em zombaria, responderam: "Nós não somos nascidos de prostituição; temos um Pai, que é Deus." João 8:41. Estas palavras, em alusão às circunstâncias de Seu nascimento, foram atiradas como uma estocada contra Cristo, em presença dos que começavam a nEle crer.” O Desejado de Todas as Nações, pág. 467.

Desta forma, a regra de exceção não favorece aqueles que são legalmente casados e que já viveram com a esposa. Neste caso, para os que já têm uma vida juntos, que já se ajuntaram, a regra é a que encontramos em Lucas 16:18:

Qualquer que deixa sua mulher, e casa com outra, adultera; e aquele que casa com a repudiada pelo marido, adultera também.” Lucas 16:18.

Não pode haver contradição nas palavras de Cristo em Mateus 19:9  com as de Lucas 16:18, como realmente cremos não existir. Se o fulano "A" deixou da fulana "B" e se casou com a fulana "C", ambos, a saber, "A" + "C" estarão em pecado de adultério. A fulana "B" que é a parte inocente, a qual foi deixada ou abandonada pelo fulano "A", se ela vier se casar com outro, digamos o fulano "D", estarão, a saber "B" + "D" também em adultério.
Paulo reafirma esta verdade, da seguinte forma:

Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido. De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido; mas, morto o marido, livre está da lei, e assim não será adúltera, se for de outro marido.” Romanos 7:2,3.

“Todavia, aos casados mando, não eu mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido. Se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher.”  I Coríntios 7:10-11.

“A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor.” I Corintios 7:39.

Somente em face da morte, portanto, pode haver a dissolução do voto matrimonial.

Quando os discípulos ouviram que para os casados não existia nenhuma regra de exceção, que “o que Deus ajuntou não o separe o homem”, que Deus deu apenas uma mulher para Adão, (Mateus 19:4-6) disseram:

“...Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar.” Mateus 19:10.

Jesus continuou:

Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido.” Mateus 19:11.

Baseado nisto, eu compreendo por que alguns não compreendem e nem aceitam esta questão.

Mas continuou o Mestre:

“Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos, por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o.” Mateus 19:12.

Eunucos que se castraram a si mesmo por causa do reino do Céu. Ou seja, se não se tornassem eunucos, se se casassem novamente, perderiam o reino de Deus! Somente na igreja de Deus se encontra tais eunucos!

“Quem pode receber isto, receba-o.”!