O Vinho na Bíblia - Parte Final
"Esse
dinheiro dá-lo-ás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, ou
ovelhas, ou vinho, ou bebida forte, ou qualquer cousa que te pedir a tua
alma; come-o ali perante o Senhor teu Deus, e te alegrarás, tu e tua
casa." Deut. 14:26.
"Dai bebida forte aos que perecem, e vinho aos amargurados de espírito." Prov. 31:6.
Limitar-nos-emos ao que diz o Comentário Adventista e a uma ligeira alusão de Adão Clark.
O que escreveram os teólogos e comentaristas adventistas sobre Deut. 14:26.
"Bebida
forte. O vinho e a bebida forte aqui mencionados eram ambos
fermentados. Em tempos passados Deus freqüentemente tolerava a grosseira
ignorância responsável por práticas que Ele nunca pôde aprovar. Mas
finalmente veio o tempo quando, em cada ponto, Deus ordenou a todos os
homens que se arrependessem (Atos 17:30). Então aqueles que persistissem
em suas práticas, a despeito do conselho e advertência não mais teriam
uma desculpa para seu pecado (João 15:22). 'Se eu não viera, nem lhes
houvera falado, pecado não teriam; mas agora não têm desculpa do seu
pecado.' No seu procedimento anterior eles não tinham pecado e Deus não
os considerava totalmente responsáveis, embora suas obras estivessem
afastadas do ideal. Sua longanimidade é extensiva a todo aquele que não
sabe o que está fazendo (Luc. 23:34). Como Paulo que perseguia a Igreja
ignorantemente na incredulidade eles podem obter misericórdia."
Depois de falar que Deus suportou a escravatura e a poligamia, coisas contrárias aos princípios divinos, o SDABC assim conclui:
"Assim
foi com o 'vinho' e 'bebida forte'. A ninguém era estritamente proibido
beber, exceto os engajados em deveres religiosas e talvez também na
administração da justiça (Lev. 10:9; Prov. 31:4). Os males do 'vinho' e
da 'bebida forte' foram claramente indicados, o povo aconselhado a
abster-se deles (Prov. 20:1; 23:29 a 33), e uma maldição pronunciada
sobre aqueles que induzissem outros a abusar da bebida (Hab. 2:15). Mas
Paulo coloca diante de nós o ideal declarando: 'Portanto, quer comais,
quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de
Deus.' (I Cor. 10:31), e informa que Deus destruirá aqueles que
desonram seus corpos (I Cor. 3:16-17). Coisas intoxicantes destroem o
templo de Deus e seu uso não pode ser considerado um meio de O
glorificar (I Cor. 6:19-20; 10:31). Paulo abandonou o uso de cada coisa
prejudicial ao seu corpo (I Cor. 9:27). Não há desculpa hoje para o
argumento de que não há nada intrinsecamente errado no uso de bebidas
intoxicantes, baseando-se no fato de que uma vez Deus as permitiu. Como
já foi notado, Ele também permitiu uma vez a escravatura e a poligamia. A
Bíblia adverte que os bêbados não herdarão o reino de Deus (I Cor.
6:10)."
Sobre Prov. 31:6 este mesmo Comentário tece as seguintes considerações:
"Pronto
para perecer. Sem o conhecimento de narcóticos possuído pelos médicos
hoje, os antigos tinham freqüentemente apenas várias misturas de bebidas
intoxicantes e preparações de ervas narcóticas com as quais
insensibilizavam as dores de doenças fatais. Àqueles que eram
crucificados, no tempo de Cristo, ofereciam-lhes uma mistura de vinagre e
fel. Nosso Senhor recusou beber aquela mistura. Ele desejava uma mente
clara para resistir à tentação de Satanás e conservar forte Sua fé em
Deus."
Adão Clark apresenta esta mesma idéia sobre Provérbios 31:6, apenas usando vocabulário diferente:
"Dai
bebida forte para aquele que está morrendo. Já temos visto que bebidas
embriagantes eram misericordiosamente dadas aos criminosos condenados,
para torná-los menos sensíveis às torturas que enfrentariam na morte.
Isto é o que foi oferecido a nosso Senhor, mas Ele recusou."
Do matutino paulista "O Estado de São Paulo" de 22-1-1984, retirei a seguinte nota:
"A
História nos cientifica que no tempo de Napoleão a pobreza da farmácia
não oferecia muitas possibilidades de aliviar os sofrimentos dos
feridos. Não lhes era oferecida senão uma esponja embebida em suco de
ópio para sugar."
Quais Seriam as Razões Fundamentais Indicadas pela Palavra de Deus para que Seus Filhos se Abstenham de Bebidas Alcoólicas?
Uma
resposta segura e abalizada se encontra no artigo O Consumo de Vinho do
Ponto de Vista Bíblico de L. E. Froom, de onde extraímos os seguintes
passos:
"Transportando
agora todos os tipos e figuras, que alguns poderiam minimizar, passamos
à plena admoestação de Deus sobre o cuidado e a proteção que devemos
dedicar ao nosso corpo, e à razão relativa disso. Descobrimos que de
nosso corpo é declarado ser o 'templo de Deus' três vezes e a habitação
do Espírito Santo. Não devemos contaminar este templo com bebidas e
alimentos proibidos, mas conservá-lo santo, para não sermos destruídos
quando todos os maus forem exterminados. Paulo enuncia isto em 1
Coríntios: 'Não sabeis vós que sois santuário de Deus e que o Espírito
de Deus habita em vós? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o
destruirá'. I Cor. 3:16, 17.
"No
sexto capítulo declara que somos 'templos do Espírito Santo', o qual
não tem qualquer parentesco com o álcool e a embriaguez. Devemos
glorificar a Deus com este corpo que é redimido em virtude do sangue de
Cristo: o nosso corpo deve ser cuidado como lugar de habitação de Deus. I
Cor. 6:19, 20.
"Enfim,
o apóstolo Paulo repete a admoestação divina afirmando que nós somos o
templo de Deus vivente, no qual Ele faz morada. Por isso devemos ser
separados como o eram os nazireus da antigüidade. Não devemos tocar
aquilo que é impuro, mas antes purificar-nos de toda imundícia e
aperfeiçoarmo-nos na santidade. Agora e para sempre devemos ser
possessão divina, pois é o que Deus espera de nós – Ver II Cor.
6:16-17." – O Atalaia, Maio de 1977 págs. 6 e 7.
A
sábia orientação divina consiste em advertir-nos, seriamente, para os
perigos e as nefastas conseqüências das bebidas. Os apreciadores de
vinho não deviam ingeri-lo, justificando este desejo com exemplos
bíblicos. Em vez de assim fazê-lo deviam meditar bem que esta fraqueza
poderá levá-los à embriaguez, que está arrolada na Bíblia entre as obras
da carne, que nos excluem do reino dos céus. (Gál. 5:21; I Cor. 6:10).
As
Escrituras o condenam com veemência em muitas passagens, como os
versículos 29 e 35 do capítulo 23 de Provérbios, por conseguinte, tocas
as bebidas alcoólicas, logo ninguém deve ingeri-las escudado na Palavra
de Deus.
Conclusão
Diante da exposição feita a única conclusão a que devemos chegar deve ser esta:
A
sábia lição aos sacerdotes no santuário: o edificante exemplo dos
nazireus; as ponderadas advertências de Salomão; e a orientação divina
no caso de João Batista; as oportunas exortações do apóstolo Paulo com
respeito a ser o nosso corpo o templo do Espírito Santo; a moral elevada
que deve ser seguida na vida dos verdadeiros cristãos, tudo nos leva a
afirmar: a abstinência do vinho ou de qualquer bebida alcoólica é o
caminho seguro e o ideal proposto por Deus para os seus filhos em todas
as idades e através de todas as épocas.
Conquanto
o uso do álcool como bebida não seja condenado per si na Bíblia, os
princípios de saúde esboçados nas páginas sagradas e os horríveis
exemplos, tais como os de Nabal, dão autenticidade ao conselho dado por
Ellen G. White de que "a única atitude segura é não tocar, não provar,
não manusear". – A Ciência do Bom Viver, pág, 335.
Ela acrescenta que "a total abstinência é a única plataforma sobre que o povo de Deus pode conscienciosamente firmar-se." – Testimonies, vol. 7, pág. 75. – Comentário da Lição da Escola Sabatina, 21-5-1983, pág. 120.
Fonte: Pedro Apolinário - Explicação de Textos Difíceis da Bíblia
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