Por mais que os adventistas atuais não queiram reconhecer, [1] a posição que identifica os 144.000 como o conjunto dos salvos dentre os crentes na terceira mensagem angélica constitui o pensamento dos pioneiros sobre o assunto. Senão, vejamos:
1)
John (João) Norton Loughborough assim se expressa: “Se
ainda há dúvida quanto a serem os ressuscitados guardadores do
sábado numerados com os cento e quarenta e quatro mil, considere-se
as seguintes palavras da irmã White em 1.909. Na Conferência
Geral de 1.909, o ancião Irwin tinha um estenógrafo acompanhando-o
numa visita à irmã White. Ele desejava fazer a ela algumas
perguntas e obter cópia exata das palavras das perguntas, e as
palavras exatas das respostas. Entre outras perguntas, havia esta:
‘Os que morrem na mensagem estarão entre os cento e quarenta
e quatro mil?’ Em resposta, a irmã White disse: ‘Oh,
sim, os que morreram na fé estarão entre os cento e quarenta e
quatro mil. É-me claro este assunto.’ Estas foram
exatamente as palavras da pergunta e da resposta, conforme o irmão
Irwin me permitiu copiar do relatório de seu estenógrafo.”
Questions on the Sealing Message,
p. 31.
Nota:
Na qualidade de pioneiro da mensagem adventista, John Norton
Loughborough não somente apresenta sua própria posição, como
também registra as palavras que a senhora White proferiu sobre o
assunto. [Quero salientar aqui, que o pastor John N. Loughborough
foi um dos primeiros missionárias enviados pela Conferência Geral
Adventista para terras além-mar.] Nota de Marcos Peter.
2)
James (Thiago) White também entendia que todos os
adventistas fiéis farão parte dos 144.000, inclusive os que
ressurgirão na ressurreição especial. Ele escreveu: “Os
que morrem sob a mensagem do terceiro anjo fazem parte dos cento e
quarenta e quatro mil. Não há cento e quarenta e
quatro mil além desses, mas esses ajudam a perfazer o número.
São ressuscitados para a vida mortal pouco antes de Cristo vir, e...
serão transformados em imortais quando Cristo vier.” Review
and Herald, 23 de setembro de 1.880.
3)
Willian (Guilherme) White, filho da mensageira do Senhor,
escreveu o seguinte sobre o tema: “Quanto à questão: A irmã
White ensinou que os que morreram na mensagem desde 1.844 e dos quais
se diz ‘Bem aventurados os mortos que desde agora morrem no
Senhor’, serão membros dos cento e quarenta e quatro mil? Posso
assegurar-lhe, irmão, que esta era a crença e o ensino de Ellen G.
White. Muitas vezes eu a tenho ouvido fazer declarações
neste sentido, e eu estou de posse de uma carta ao irmão Hastings
que é mencionada na página 237 de ‘Life Sketches’, na qual diz
claramente que a esposa dele, que havia morrido recentemente, seria
um membro dos cento e quarenta e quatro mil. Uma carta recebida há
pouco de um irmão de Reno, Nevada, faz referência a uma declaração
do livro do pastor Loughborough à página 29, na qual está narrado
que a irmã White disse: ‘Os que morreram na fé estarão entre os
cento e quarenta e quatro mil. É-me claro este assunto.’ E eu
testifico, meu irmão, que está em perfeita harmonia com os
escritos, ditos e ensinos dela em todos os atos de seu ministério.”
Carta escrita em Santa Helena, Califórnia, em 18 de abril de 1.929.
[4.
José Bates:
“Agora
todos os crentes adventistas que possuem as mensagens do advento
conforme são dadas em Ap 14:6-13 e nela tomam parte, amarão e
guardarão este concerto com Deus, e especialmente Seu Santo Sábado,
neste concerto; esta é uma parte dos 144.000 a ser selada agora.
“A
outra parte é constituída dos que ainda não entenderam tão bem a
doutrina adventista, mas se estão esforçando para servir a Deus de
todo o coração, estão dispostos e receberão este concerto e o
Sábado tão logo ouçam sua explicação. Estes constituirão os
144.000 agora a serem selados com ‘o selo do Deus vivo’,
assinalamento este que os levará através deste tempo de
tribulação.” A Seal of the
Living God, 61,
62.] – (acrescentado por Marcos Peter)
5)
Uriah (Urias) Smith, cujos escritos, embora não
infalíveis, são recomendados pela serva do Senhor (O Colportor
Evangelista, p. 122; Evangelismo, p. 366; Manuscript
Releases, vol. l, pp. 60-64; e Mensagens Escolhidos, vol.
2, p. 225) explica o assunto da seguinte maneira: “Os que
morrem depois de se ter identificado com a mensagem do terceiro anjo
são evidentemente contados como uma parte dos cento e quarenta e
quatro mil, porque esta mensagem é a mesma que a do
assinalamento de Apocalipse 7, e por essa mensagem só foram selados
cento e quarenta e quatro mil. Mas há muitos que tiveram toda
a sua experiência religiosa sob esta mensagem, porém caíram na
morte. Morrem no Senhor, e por isso são contados como
selados, porque serão salvos. Mas a mensagem resulta no
assinalamento de apenas cento e quarenta e quatro mil, porque estes
têm de ser incluídos nesse número. Tomando parte na
ressurreição especial (Dn 12:2; Ap 1:7) que ocorre quando é
pronunciada desde o templo a voz de Deus, no começo da sétima e
última praga (Ap 16:17; JI 3:16; Hb 12:26), passam pelo período
dessa praga, e por isso pode-se dizer que vieram da ‘grande
tribulação’ (Ap 7:14).Tendo saído da sepultura ainda para a vida
mortal, tomam a sua posição com os crentes que não morreram, e com
eles recebem a imortalidade ao som da última trombeta (1 Co 15:52),
sendo, então, com os outros, transformados num momento, num abrir e
fechar de olhos. Assim, embora tenham passado pela sepultura, pode-se
finalmente dizer deles ‘que dentre os homens foram comprados’ (Ap
14:4), isto é, dentre os vivos, porque a vinda de Cristo os encontra
entre os vivos, aguardando a transformação na imortalidade, como os
que não morreram, e como se eles próprios nunca tivessem morrido.”
As Profecias do Apocalipse
(2º edição), p. 294.
Nos
primórdios da mensagem adventista, o número de adventistas do
sétimo dia era muito pequeno, de tal forma que Uriah Smith pôde
exclamar:
“O
número cento e quarenta e quatro mil deve significar um número
definido, composto de exatamente tantas pessoas. Não pode
representar um número maior, indefinido, pois no verso 9 é
apresentado outro grupo que é indefinido em suas proporções, e daí
se falar dele como ‘uma grande multidão, que ninguém podia
contar’. Se os cento e quarenta e quatro mi1 se destinassem a
representar tal número indefinido, João teria dito no verso 4: ‘E
foi assinalada uma grande multidão, que ninguém podia contar, de
todas as tribos dos filhos de Israel.’ Em vez disso, porém, ele
diz cento e quarenta e quatro mil, doze mil de cada tribo, um número
que facilmente pode ser contado. A razão dessa distinção é
evidente se tomarmos a inumerável multidão do verso 9 como toda a
hoste dos remidos, que terão parte na primeira ressurreição, e os
cento e quarenta e quatro mil como os cristãos que estarão vivos na
Terra quando Cristo aparecer. E que os cento e quarenta e quatro mil
são os que assim estarão vivos e encontrarão a Cristo em Sua
segunda vinda, se evidencia pela profecia em que são a seguir
mencionados, isto é, Apocalipse 14:1-5. Aqui são representados como
saindo triunfantes do último conflito religioso deste mundo (Ap
13:12-18), e como sendo ‘remidos da Terra’, e ‘remidos dentre
os homens’. Apocalipse 14:3 e 4. Haverá então só cento e
quarenta e quatro mil salvos dentre os vivos quando o Senhor
aparecer? Não pode ser esse número de tal modo representativo que
inclua muitos outros? Parece ser uma suposição bem plausível que o
caso seja este último, a saber que os cento e quarenta e quatro mil
só incluam os adultos masculinos unidos ao grande movimento do
advento, ao passo que as mulheres e crianças unidas ao mesmo
movimento seriam tantos excedentes a serem salvos dentre os vivos
naquele dia. A plausibilidade desta idéia consiste no fato de que os
hebreus foram assim numerados quando libertos do cativeiro egípcio,
o que era figura do livramento do remanescente do verdadeiro Israel
do Egito deste mundo na vinda do Senhor. Três milhões ao todo
saíram do Egito, contudo foram numerados apenas os que eram aptos
para a guerra, de vinte anos para cima, totalizando seiscentos e três
mil quinhentos e cinqüenta. Números 1: 2, 3 e 46. Isso seria cerca
de um para cinco de toda a multidão, como calcula o Dr. Clarke, a
propósito de Êxodo 12:37, onde o número de combatentes é dado
como somente cerca de seiscentos mil. Se a numeração de Apocalipse
7:4 se firmasse na mesma base (do que, sem dúvida, não há prova
positiva), daria o número a ser trasladado provavelmente mais de
setecentos mil em vez de apenas cento e quarenta e quatro mil. Seria
de fato mui prazenteiro pensar que tantos estivessem preparados para
o aparecimento do Senhor. Mas, olhando o estado do mundo, e
observando o rápido declínio religioso destes dias, a indagação
é: Onde tantos como cento e quarenta e quatro mi1 poderão ser
encontrados que estejam prontos para quando o Senhor aparecer?”
Review and Herald,
10 de agosto de 1.897.
Além
disso, convém lembrar que, como toda profecia, Apocalipse 7:4 e 14:1
não devem ser entendidos à luz da predestinação; antes, devem ser
aceitos sob o aspecto da presciência de Deus. O Senhor não
determinou que apenas 144.000 se salvassem e outros tantos bilhões
se perdessem. Ora, “Ele é longânimo para convosco, não querendo
que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento.” 2
Pedro 3:9. Todavia, vendo de antemão que apenas um reduzido número
aceitaria plenamente a reforma do Sábado e levaria uma vida de
santidade e obediência, Deus revelou essa triste realidade para que
servisse de advertência aos adormecidos e indolentes e testemunho ao
Universo de Seus avisos misericordiosos à humanidade.”
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