Os
antitrinitarianos dizem que “se Cristo fosse co-eterno com o Pia,
ou eterno junto com o Pai, então ele não poderia ser seu Filho,
simplesmente porque não
existe nenhum Filho com a mesma idade de seu pai.”i
A
confusão que se faz aqui com as palavras “Pai” e “Filho”
quando se discute a relação que existe entre os membros da
divindade é fruto do desconhecimento das peculiaridades da cultura
bíblica. Lund e Nelson comentam que “era costume entre os hebreus
chamar a uma pessoa filho da cousa que de um modo especial a
caracterizava, de modo que ao pacífico e bem disposto se chamava
filho
da paz;
aos iluminados e entendido, filho
da luz;
aos desobedientes, filhos
da desobediência,
etc. (veja-se Lc 10.6; Ef 2.2; 5.6 e 5.8).”ii
Portanto,
quando a Bíblia afirma que Cristo é Filho de Deus está afirmando
que Ele é Deus. Na discussão com os judeus sobre a santificação
do sábado, Jesus usa um argumento que para eles soou como blasfêmia:
“Meu Pai continua trabalhando até hoje, e eu também estou
trabalhando.” (Jo 5.17) Ao afirmar que Ele fazia algo que o Pai
também fazia colocou-se no mesmo nível que o divino, em pé de
igualdade com Deus. Por isso a conclusão do vers. 18: “Por essa
razão, os judeus mais ainda queriam matá-lo, pois não somente
estava violando o sábado, mas também estava dizendo que Deus era
seu próprio Pai, igualando-se
a Deus.”
Enquanto
os anjos são filhos de Deus por criação (Jó 38.7) e nós somos
filhos de Deus por adoção (Jo 1.12; Ef 1.5), Cristo é filho de
Deus por natureza (Jo 1.1; 5.18; 20.28). Os judeus não ousavam
chamar a Deus de Pai, por que eles entendiam que esse termo o
igualava ao homem.
Quando
Jesus afirmou que “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30) despertou um
sentimento de revolta entre os judeus novamente. Eles resolveram
apedrejá-lo alegando que Cristo blasfemava porque sendo “um
simples homem e se apresenta como Deus.” (vers. 33). A expressão
Filho de Deus não nega a divindade de Cristo, pelo contrário, a
confirma.
i
OSÓRIO, Sérgio. A
Divindade ou a trindade?
p. 21.
ii
LUND, E. e NELSON, P. C. Hermenêutica,
p. 108.
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