Todo
o debate sobre a natureza de Cristo tem origem na confusão que se
faz entre as suas duas naturezas. Textos que se refere a Sua natureza
humana são usadas para negar a Sua divindade. Se o estudante da
Bíblia mantivesse diante de si esta questão todo o debate seria
resolvido. Com respeito a natureza do Espírito Santo também não é
diferente. Só que a confusão que se costuma fazer está em não se
distinguir entre a dádiva e o Doador Divino. Quando percebemos essa
diferença resolvemos a confusão que se faz na interpretação de
muitas passagens bíblicas que aparentemente negam a personalidade do
Espírito Santo.
Segundo
Winkie A. Prantneyi
existe um grupo de textos bíblicos que fala da obra do Espírito
Santo, enquanto outro fala da própria Pessoa. A distinção não
aparece no texto que o estudante tem em português, apenas no
original grego. Quando a expressão grega pneuma
hagion
(espírito santo) não é acompanhada do artigo definido grego ho
(em português “o”) deveria ser sempre traduzido no sentido de
“atitude divina”, “dádiva”, “poder” ou “força de
Deus”. Essa forma é usada 52 vezes no NT e deve ser aplicado à
dádiva e não ao doador.
Existe
uma segunda forma usada no texto original em grego. Quando o texto
grego usa o artigo definido, que em português corresponde ao nosso
“o”, sempre fala sobre a Pessoa divina em si. Nesse caso o artigo
aparece duas vezes: uma diante da palavra grega pneuma
e outra diante da palavra hagion.
Assim, uma tradução literal da expressão to
pneuma to hagion
seria “o Espírito, o Santo”. Neste caso o texto bíblico estaria
falando do Doador.
O
uso de dois artigos quando o texto bíblico refere-se ao Espírito
Santo é o argumento definitivo para provar a personalidade do
Espírito Santo. Veja as referências a Ele nos textos abaixo:
“Mas
quem falar contra o Espírito Santo [tou
pneumatos tou hágion,
ou seja, o
Espírito,
o
Santo]
não será perdoado”, Mt 12.32.
“Mas
o Conselheiro, o Espírito Santo [to
pneuma to hágion, ou
seja, o Espírito, o Santo], que o Pai enviará em meu nome”, Jo
14.26.
“Enquanto
o adoravam o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo [to
pneuma to hágion,
ou seja, o Espírito, o Santo]”, At 13.2.
A
Bíblia pode referir-se a Ele chamando-o apenas “o Espírito” [to
pneuma]
(como em At 8.29; 10.19), ou simplesmente, “o Santo” [tou
hágiou]
(1Jo 2.20). Em ambos os casos o texto bíblico está tratando o
Espírito Santo como um ser pessoal.
A
distinção entre a dádiva e o doador pode ser percebida em Atos
2.4, onde se lê: “Todos ficaram cheios do Espírito Santo [dádiva]
e começaram a falar noutras línguas, conforme o
Espírito [Doador] os capacitava.”
i
PRATNEY, Winkie A. A
natureza e o caráter de Deus,
p. 494, 495.
fonte;em defesa do Espírito Santo de Alexandre Araujo
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