O serviço
que era realizado nos dia da expiação traz para nós uma lição clara do
aprisionamento de Satanás nesta Terra durante os mil anos como
mencionado explicitamente em Apocalipse 20:1-3:
“E
vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande
cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o
Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos. E lançou-o no abismo, e ali o
encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações, até
que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco
de tempo.”
O abismo
aqui mencionado é a Terra em estado de desolação. Segundo a Bíblia, a
Terra ficará deserta e vazia de acordo com diversas passagens:
“De todo se esvaziara a Terra,...”. Isaias 24:3.
Alguns
argumentam que a Terra que o texto faz referência é a terra de Judá.
Pelos versículos que se seguem, porém, podemos notar que isto não
reflete a verdade. Os versículos seguintes enfatizam:
“A Terra pranteia e se murcha: o mundo enfraquece e se murcha:... Na verdade a Terra está contaminada por causa de seus moradores; porquanto transgridem as leis,... Por isso a maldição consome a Terra;...”. Isaías 24:4-6.
No versículo 4, o profeta deixou claro que ele estava falando não de uma parte qualquer da Terra, mas do mundo,
ou da Terra como um todo. Disse ainda que a Terra: pranteia, murcha,
enfraquece, está contaminada, seus moradores transgridem as leis, mudam
os estatutos, por isso a maldição consume a Terra (Gênesis 3:17), etc.
Perguntamos: Aplica-se isto somente à terra de Judá? É evidente que não!
Assim, as palavras “de todo se esvaziara a Terra”, aplica-se a todo o mundo, a toda a Terra. Por mil anos a Terra estará nesta condição de desolação.
No livro do profeta Jeremias capítulo 4:23-27, lemos:
“Observei a Terra, e eis que era sem forma e vazia; também os céus, e não tinham a sua luz. Observei os montes, e eis que estavam tremendo; e todos os outeiros estremeciam. Observei e eis que não havia homem algum, e todas as aves do céu tinham fugido. Vi também que a terra fértil era um deserto, e todas as suas cidades estavam derrubadas diante do Senhor, diante do furor da sua ira. Pois assim diz o Senhor: Toda a Terra ficará assolada; de todo, porém, não a consumirei”.
“Hei de consumir por completo tudo de sobre a terra, diz o Senhor. Consumirei os homens e os animais, consumirei as aves do céu, e os peixes do mar, e os tropeços juntamente com os ímpios; e exterminarei os homens de sobre a terra, diz o Senhor.” Sofonias 1:2-3.
Neste
estado de desolação e ruína a Terra permanecerá por mil anos( Apocalipse
20:3, 5). Por ficar com estas características ela é chamada de abismo,
pois sua superfície estará destruída, escura e vazia (Joel 2:10-11).
A Bíblia menciona a Terra sendo um abismo em diversas passagens. Vejamos:
Gêneses 1:2: “... havia trevas sobre a face do abismo”.
Devemos nos
lembrar que antes de Deus exercer Seu poder criador sobre a Terra, esta
era apenas água (II Pedro 3:5; Gênesis 1:2,9). Desta forma, a Bíblia
chama um ajuntamento de águas também de abismo (Isaias 51:10). A Terra
em andamento de destruição é chamada de abismo:
“Cerraram-se também as fontes do abismo e as janelas dos céus, e a chuva dos céus deteve-se”.
Aqui a Palavra de Deus está dizendo que cerraram as fontes da Terra quando diz fontes do abismo!
Um determinado lugar desértico e sem vida abundante é também chamado de abismo:
“Aquele que os guiou pelos abismos, como o cavalo no deserto, de modo que nunca tropeçaram?” Isaias 63:13.
Nesta passagem o profeta esta fazendo uma menção da experiência do povo de Israel no período em que eles viajaram pelo deserto. Abismo, portanto, na linguagem bíblica, não é um buraco ou um precipício, mas um lugar deserto, desabitado, despovoado.
A besta que
subiu do abismo segundo Apocalipse 11:7; 17:8, não saiu de nenhum
precipício ou um imenso buraco na terra, mas de um meio em destruição
espiritual.
Desta
forma, entendemos perfeitamente o que a palavra de Deus diz quando
refere-se à prisão de satanás no abismo. Ou seja, ele ficará na Terra
despovoada, deserta, escura e sem vida. Isto era simbolizado no
cerimonial do santuário.
No
décimo dia do sétimo mês, no dia da expiação, dois bodes eram
apresentados (Levítico 16:5). Alguns, sem nenhuma razão, creem serem os
dois animais símbolos de Cristo, o que veremos não ser verdade.
A lógica e a
verdade mostram que, se um bode era pelo Senhor o outro com certeza
deve ser para outro ser oposto ao Senhor. E como os dois bodes se
achavam em antítese, é certo que o outro que era por “Azazel”, que era
oposto ao Senhor, não poderia ser senão por Satanás.
“Orígenes
foi o mais erudito dos pais da primitiva igreja cristã, e num ponto
como este, no significado de uma palavra hebraica, o seu testemunho é
digno de confiança. Orígenes disse: ‘Aquele que é chamado nos setenta e
no hebreu Azazel, não é senão o diabo’. Aversão dos setenta, a mais
antiga tradução grega tradu-lo por (apopompaios), palavra aplicada pelos
gregos a uma divindade maligna apaziguada por sacrifícios. Outra
confirmação encontra-se no livro de Enoque, onde o nome Azalzel,
evidentemente uma corrupção de Azazel, é dado a um dos anjos caídos,
mostrando assim qual era a compreensão dos judeus naquele tempo”.
E não
devemos esquecer também que, caso os dois bodes simbolizassem o mesmo
ser, a mesma pessoa, não haveria necessidade de se lançar sortes sobre
eles, pois tinham o mesmo significado, qualquer um poderia então ser
sacrificado “pelo Senhor”. No entanto, a diferença entre os bodes é muito grande, e sendo um “pelo Senhor”, e o outro “por Azazel”, o último logicamente tem que ser por Satanás.
Não
desejamos aqui, de forma nenhuma, ensinar nem insinuar que Satanás tenha
parte na expiação de nossos pecados. Pois, somente depois de concluída a
expiação, com o bode do Senhor, feita a purificação pelo santuário e o
altar, é traduzido o bode por Azazel. Note que o sacerdote tinha acabado de
fazer a expiação. O santuário e o altar haviam sido purificados,
purificados Araão, família e o povo (Levítico. 16:11;15-17), somente
depois disto e não antes, aparece o bode emissário em seu papel
especial:
“Havendo, pois, acabado de fazer expiação pelo santuário, e pela tenda da congregação, e pelo altar, então fará chegar o bode vivo.” Levítico 16:20.
Sustentamos,
portanto, que o bode emissário não tem parte alguma no processo de
expiação dos pecados do povo de Deus, que já foram expiados com o sangue
do bode do Senhor. Esta obra está completa. O bode emissário não tem
nela parte alguma. O bode emissário ou Azazel somente aparece em cena
depois que os pecados do povo de Deus tenham sido perdoados. Agora
vejamos:
“Ora, onde há remissão destes, (pecados) não há mais oferta pelo pecado”. Hebreus 10:18.
Percebeu?
Depois que os pecados do povo já foram expiados pelo bode do Senhor,
depois que seus pecados foram remidos pelo sangue do bode do Senhor, não
existe mais necessidade de nenhuma oferta adicional. Neste caso, o bode
emissário não era realmente usado como oferta pelos pecados, que, como
mostramos, já tinham sido apagados e remidos pelo bode do Senhor.
Outro detalhe muito importante, e quem sabe o que faz a grande diferença e é muito marcante, é que o bode Emissário ou Azazel não era morto, pois era enviado vivo ao deserto (Levítico 16:10). Sabemos, no entanto que:
“Sem derramamento de sangue não há remissão (Ou expiação) ”. Hebreus 9:22.
“Porquanto é o sangue que fará expiação pela alma.” Levítico 17:12.
E se, o
bode emissário não derramava sangue, não era morto, era enviado vivo ao
deserto, ele não era usado para fazer de forma nenhuma expiação pelos
pecados do povo.
Em levítico
16:10, diz que o bode emissário seria usado para se fazer expiação, mas
não pelos nossos pecados, estes já tinham, como vimos, sido feito pelo
bode do Senhor. Nada sobrava para ser expiado com o bode Azazel, pois o
bode que era para o Senhor, expiava o povo, o santuário, Araão e sua
casa (Levítico. 16:15-17,20). Devemos lembrar também que Deus tinha dado
mandamentos claros de como devia ser realizado o cerimonial para
simbolizar o perdão. Após alguém ter confessado os pecados sobre o
animal, a inocente vítima era morta, o sangue daquele animal era então
levado para dentro do santuário e espargido diante do véu do santuário.
Isto sem mencionar outras cerimônias que eram realizadas ali mesmo no
santuário. Porém, todas elas envolviam o derramamento do sangue da
vítima e o mesmo era então levado para dentro do santuário. Sobre o bode
que representava o Senhor lemos claramente:
“Então Arão fará chegar o bode, sobre o qual cair a sorte pelo Senhor, e o oferecerá para expiação do pecado.” Levítico 16:9.
“Depois degolará o bode, da expiação, que será pelo povo, e trará o seu sangue para dentro do véu; e fará com o seu sangue como fez com o sangue do novilho, e o espargirá sobre o propiciatório, e perante a face do propiciatório.” Levítico 16:15.
Notemos que
estes processos não eram realizados com o bode Azazel. Ele não era
morto, seu sangue não era derramado nem levado para dentro do santuário,
mas o bode era conservado com vida. Portanto, o bode Azazel não era
usado para fazer expiação nem usado como símbolo de Cristo. Todas as
passagens que falam de Cristo como oferta, deixam claro que:
“Foi levado ao matadouro”. Is. 53:7; At. 8:32.
“Derramou Sua alma (Seu sangue) na morte”. Is. 53:12.
“Levando nossos pecados sobre o madeiro”. I Ped. 2:24.
“Pelas Suas feridas fomos sarados”. I Ped. 2:24.
“Importa que o Filho do Homem seja levantado (morto)”. Jo. 3:14.
“...Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado.” I Pedro 1:19.
Existem
milhares de outras passagens e todas atestando que Jesus foi sacrificado
derramando Seu sangue. Isto, no entanto, jamais sucedeu ao bode
emissário ou Azazel.
A expiação
feita pelo bode Azazel, é a parte que lhe cabe como originador e
instigador do pecado, o qual fez outros cometerem; por estes pecados
deve ele pagar em uma Terra deserta e assolada, até que, no final dos
mil anos, sofra a pena final através do fogo. Não esqueçamos que, “sem derramamento de sangue não há expiação”.
“O bode
emissário só entrava em cena depois de ‘acabado de expiar o santuário’.
Ao passo que o Salvador descrito na Bíblia veio em nosso socorro ‘quando
éramos ainda pecadores’. Rom. 5:8. Ora, pecadores não necessitam de
salvador que só entra em contato com eles depois de os pecados terem
sido expiados”. Ritual do Santuário pg
Cristo efetuou uma obra perfeita e não necessita de Satanás. Este, simbolizado pelo bode emissário, expia os próprios pecados. Aqueles
que insistem em dizer, que o bode Azazel representa Cristo, estão
esperando um Salvador que por eles não irá derramar seu sangue.
“Quando
se completava o ministério do lugar santíssimo, e os pecados de Israel
eram removidos do santuário em virtude do sangue da oferta pelo pecado, o
bode emissário era então apresentado vivo perante o Senhor; e na
presença da congregação o sumo sacerdote confessava sobre ele ‘todas as
iniqüidades dos filhos de Israel, e todas as suas transgressões, segundo
todos os seus pecados’, pondo-os ‘sobre a cabeça do bode’.
Semelhantemente, ao completar-se a obra de expiação no santuário
celestial, na presença de Deus, e dos anjos do Céu e do exército dos
remidos, serão então postos sobre Satanás os pecados do povo de Deus;
declarar-se-á ser ele o culpado de todo o mal que os fez cometer. E
assim como o bode emissário era enviado para uma terra não habitada,
Satanás será banido para a Terra desolada, que se encontrará como um
deserto despovoado e horrendo”. O Grande Conflito, pág. 658.
Assim,
a profecia mostra que durante os mil anos a Terra ficará desolada e
devastada, devastada e vazia, somente Satanás e os anjos maus aqui
ficarão. satanás nãos erá destruído, por ocasião da segunda vinda de
Jesus, pois este ficará preso circunstancialmente nesta Terra durante os
mil anos. Isto era também demonstrado no fato do bode Azazel ser
apresentado vivo perante o Senhor, antes de ser levado para uma Terra
deserta (Levítico 16:10).
Durante
a segunda vida de Jesus os ímpios serão destruídos (Lucas 17:26-27; II
Tessalonicenses 1:7-9; 2:8) e os salvos serão arrebatados ao Céu (João
14:1-3; I Tessalonicenses 4:15-17; Apocalipse 20:4), ficando a Terra
desta forma deserta e vazia. No final dos mil anos Satanás será
destruído com fogo o qual também consumirá os ímpios e purificará a
Terra (Ezequiel 28:16,18-19; Malaquias 4:1-3; Apocalipse 20:9; II Pedro
3:7,10,12-13).
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