Objeção
de Jairo Carvalho em síntese:
Os
144 mil se compõem dos que nunca morreram, e sendo que muitos
morreram desde 1844, os 144 não pode ser um número literal.
Resposta
(baseada
no capítulo 13 do livro O Selamento do Povo de Deus:
www.asd-mr.org.br/biblioteca/selamento/index.htm)
Esta
objeção se baseia em algumas declarações do Espírito de Profecia
e dos escritos do pastor Uriah Smith. Por exemplo:
"Ninguém,
a não ser os 144 mil, pode aprender aquele canto, pois é o de sua
experiência — e nunca ninguém teve experiência semelhante.
‘Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai.’
‘Estes, tendo sido trasladados da Terra, dentre os vivos, são
tidos como as primícias para Deus e para o Cordeiro.’ " — O
Grande Conflito, pág. 649.
"Por
isso os 144 mil são os santos vivos, que serão trasladados por
altura da segunda vinda de Cristo." — As Profecias do
Apocalipse (2ª edição), pág. 252.
"Da
mesma sorte os 144 mil, colhidos para o celeiro celeste aqui na Terra
durante as perturbadas cenas dos últimos dias, trasladados para o
Céu sem ver a morte, e ocupando uma posição preeminente, são,
neste sentido, aliás com muita razão, chamados primícias para Deus
e para o Cordeiro." — Idem, pág. 253.
“Logo
ouvimos a voz de Deus, semelhante a muitas águas, a qual nos
anunciou o dia e a hora da vinda de Jesus. Os santos vivos, em número
de 144 mil, reconheceram e entenderam a voz, ao passo que os ímpios
julgaram fosse um trovão ou terremoto." — Primeiros
Escritos, pág. 15.
Meditemos
nesta declaração. Após a ressurreição parcial, quando a voz de
Deus anuncia o dia e a hora da vinda de Jesus, o número dos santos
vivos é de 144 mil. Muitos haviam ressuscitado e nessa ocasião
estão vivos, por isso são chamados "os vivos". É
importante notar que todo ser humano, quer nunca tenha morrido, ou
tenha morrido e ressuscitado na ressurreição parcial, ouvirá a voz
de Deus. Mas só os 144 mil a entenderão. O Espírito de Profecia
chama "ímpios" aos que não entendem a voz de Deus.
Portanto, após a ressurreição parcial que ocorre no início da
sétima praga, haverá somente duas classes de pessoas vivendo na
Terra até a vinda de Jesus — os 144 mil e os ímpios. Onde estarão
os Adventistas fiéis que ressuscitaram na ressurreição parcial?
Incluídos no número dos santos vivos — 144 mil ao todo.
"Lembremo-nos
de que o tempo dessas palavras da voz de Deus é após a
ressurreição especial. Todo esse grupo especial de guardadores do
Sábado, agora está ‘vivo’." —Review and Herald,
27 de julho de 1905, por H. R. Johnson.
O
significado da expressão "santos vivos" é explicado pelo
pastor Uriah Smith em seu livro The Visions, como segue:
"
‘Então, tendo ressuscitado e estando vivos entre os santos que
nunca morreram, não são exatamente reconhecidos entre os santos
vivos? E é essa mesma declaração do dia e da hora da vinda de
Jesus que o grupo então vivo, em número de 144 mil, ouve e
entende.’ —Experiences and Views, págs. 10 e 11. Então,
onde está a contradição? Não existe." —
Uriah Smith, The Visions,
pág. 56.
Outro
testemunho diz:
"Expediu-se
um decreto para que os santos fossem mortos, o que os fez clamar dia
e noite por livramento. Esse era o tempo da angústia de Jacó. Então
todos os santos clamavam com angústia de espírito e eram
libertados pela voz de Deus. Então os 144 mil triunfaram.
Seus rostos ficaram iluminados com a glória de Deus." —The
Present Truth, vol. 1, nº 3.
Após
a ressurreição parcial os santos passarão por tribulação —
tanto angústia espiritual como a ira dos ímpios. Eis, a propósito,
algumas declarações:
"Seus
olhos eram como chamas de fogo que profundamente penetravam Seus
filhos. Todos os rostos empalideceram; e o daqueles a quem Deus havia
rejeitado se tornaram negros. Todos nós exclamamos então:
‘Quem poderá estar em pé? Estão as minhas vestes sem mancha?’
" —Primeiros Escritos, pág. 16.
"À
Sua presença ‘se têm tornado macilentos todos os rostos’; sobre
os que rejeitaram a misericórdia de Deus cai o terror do desespero
eterno. ‘Derrete-se o coração, e tremem os joelhos’, ‘e os
rostos de todos eles empalidecem.’ Jeremias 30:6; Naum 2:10. Os
justos clamam, a tremer: ‘Quem poderá subsistir?’
Silencia o cântico dos anjos e há um tempo de terrível silêncio."
—O Grande Conflito, pág. 641.
"E
mesmo depois de os santos terem sido assinalados com o selo do Deus
vivo, Seus eleitos terão provas individualmente. Virão aflições
pessoais, mas a fornalha é vigiada de perto por um olho que não
deixará que o ouro seja consumido. Sobre eles está a marca
indelével de Deus." —Testemunhos Para Ministros, pág.
446.
"Por
causa de nosso estado feliz e santo, os ímpios enraiveceram-se e
arremeteram violentamente para lançar mão de nós, a fim de
lançar-nos à prisão, quando estendemos a mão em nome do Senhor e
eles caíram inermes ao chão." —Primeiros Escritos,
pág. 15.
Os
inimigos ficarão enraivecidos e investirão contra os santos após o
anúncio do dia e hora da vinda de Jesus. Esta é ainda uma parte da
angústia de Jacó. Só terminará quando Jesus declarar: "Minha
graça vos basta." (Primeiros Escritos, pág. 16.)
Depois
de os santos ouvirem e entenderem a voz de Deus anunciando o dia e a
hora, olham para o céu e vêem Jesus vindo na nuvem:
"Logo
nossos olhares foram dirigidos ao Oriente, pois aparecera uma
nuvenzinha aproximadamente do tamanho da metade da mão de homem, a
qual todos nós soubemos ser o sinal do Filho do homem. Todos nós em
silêncio solene olhávamos a nuvem que se aproximava e se tornava
mais e mais clara e esplendente, até converter-se numa grande nuvem
branca. A parte inferior tinha a aparência de fogo; o arco-íris
estava sobre a nuvem, enquanto em redor dela se achavam dez milhares
de anjos, entoando um cântico agradabilíssimo; e sobre ela estava
sentado o Filho do homem. Os cabelos, brancos e anelados, caíam-Lhe
sobre os ombros; e sobre a cabeça tinha muitas coroas. Os pés
tinham a aparência de fogo; em Sua destra trazia uma foice aguda e
na mão esquerda uma trombeta de prata. ...
"Então
a trombeta de prata de Jesus soou, ao descer Ele sobre a nuvem,
envolto em labaredas de fogo. Olhou para as sepulturas dos santos que
dormiam, ergueu então os olhos e mãos ao céu, e exclamou:
‘Despertai! despertai! despertai, vós que dormis no pó, e
levantai-vos!’ Houve um forte terremoto. As sepulturas se abriram e
os mortos saíram revestidos de imortalidade." —Primeiros
Escritos, págs. 15 e 16 (ver O Grande Conflito, págs.
640 e 641).
Quando
Jesus aparece nas nuvens do céu, ocorre a primeira ressurreição
geral. Esses santos ressuscitam imortais. Convém lembrar que o
número dos santos vivos é 144 mil. Uma parte deles é constituída
pelos que nunca morreram, e a outra parte ressuscitou na ressurreição
parcial. A primeira ressurreição geral na vinda de Jesus, quando
soar a última trombeta, é mencionada na Bíblia:
"Pois
o mesmo Senhor descerá do Céu com grande brado, à voz do arcanjo,
ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressurgirão
primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados
juntamente com eles nas nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e
assim estaremos para sempre com o Senhor." 1 Tessalonicenses
4:16 e 17.
Por
esses versos entendemos que quando Jesus vier haverá "santos
vivos" (144 mil) que serão transformados da mortalidade para a
imortalidade. Os outros, os "santos que dormem" (a grande
multidão), saem do túmulo revestidos de imortalidade. Paulo explica
como isso acontece:
"Eis
que vos digo um mistério: Na verdade nem todos dormiremos, mas todos
seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao
soar a última trombeta. Pois a trombeta soará, e os mortos
ressurgirão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Pois
convém que isto que é corruptível se revista da
incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da
imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da
incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade,
então se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte
na vitória." 1 Coríntios 15:51-54.
E
o Espírito de Profecia acrescenta esta explicação:
"Os
justos vivos são transformados ‘num momento, num abrir e fechar de
olhos’. À voz de Deus foram eles glorificados. Agora tornam-se
imortais, e com os santos ressuscitados, são arrebatados para
encontrar seu Senhor nos ares." —O Grande Conflito,
pág. 645.
É
evidente que os "justos vivos" ou "santos vivos"
(144 mil) foram glorificados à voz de Deus na
ressurreição parcial, e agora, na primeira ressurreição
geral, são imortalizados. Os dois grupos se unem e ascendem ao Céu.
"Todos
nós entramos na nuvem, e estivemos sete dias ascendendo para o mar
de vidro, aonde Jesus trouxe as coroas, e com Sua própria destra as
colocou sobre nossa cabeça. Deu-nos harpas de ouro e palmas de
vitória. Ali, sobre o mar de vidro, os 144 mil ficaram em quadrado
perfeito." —Primeiros Escritos, pág. 16. “ CAPÍTULO
10 – O Selamento do Povo de Deus
No
tocante à declaração de O Grande Conflito, pág. 649, é
verdade que os 144 mil serão trasladados "dentre os vivos".
Uma parte desse número ressurge na ressurreição parcial do início
da sétima praga; estão vivos quando Jesus vem. Por isso são
trasladados dentre os vivos. Consideremos agora a expressão "sem
ver a morte" em As Profecias do Apocalipse, pág. 253. A
princípio, alguns dos primeiros Adventistas acreditavam que no tempo
de angústia todos os santos seriam mortos (As Profecias do
Apocalipse (2ª edição), pág. 244). O Espírito de Profecia
torna claro que não será assim, e também explica que morte os
santos não verão. Citamos:
"Vi
um escrito, exemplares do qual foram espalhados nas diferentes partes
da Terra, dando ordens para que se concedesse ao povo liberdade para,
depois de certo tempo, matar os santos, a menos que estes
renunciassem sua fé peculiar, abandonassem o Sábado e guardassem o
primeiro dia da semana. Mas nesta hora de provação os santos
estavam calmos e tranqüilos, confiando em Deus e descansando em Sua
promessa de que um meio de livramento lhes seria preparado. Em alguns
lugares, antes do tempo para se executar o decreto, os ímpios ruíram
sobre os santos para os matar. Mas anjos sob a forma de homens de
guerra combatiam por eles. Satanás desejava ter o privilégio de
destruir os santos do Altíssimo. Jesus, porém, ordenou a Seus anjos
que vigiassem sobre eles. Deus queria ser honrado fazendo um concerto
com aqueles que haviam guardado a Sua Lei, à vista dos gentios em
redor deles. E Jesus queria ser honrado, trasladando, sem que
vissem a morte, aos fiéis e expectantes que durante tanto tempo
O haviam esperado." — Primeiros Escritos, págs. 282 e
283. (Ver também Profetas e Reis, págs. 386 e 387.