sexta-feira, 5 de julho de 2013

"Nova luz" sobre a mensagem do selamento

                          
Por volta do ano de 1894 não se duvidava se a obra do selamento estava em prosseguimento ou
não. O selamento dos 144 mil era uma doutrina bem estabelecida entre os Adventistas do Sétimo
Dia. Entendia-se que todos os que estavam selados sob a mensagem do terceiro anjo seriam
incluídos nos 144 mil porque, de acordo com a mensagem de Apocalipse 7:1-4, apenas esse número
será assinalado.
Por aquele tempo, um irmão alegou ter "nova luz" sobre essa questão. Um dos pioneiros, J. N.
Loughborough, comentou:
"Com referência ao assunto deste livro — os 144 mil selados —, tenho sido fortemente movido pelo
Espírito de Deus a escrever e publicar os fatos sobre como foi obtida a mensagem do assinalamento
— não somente da Bíblia, mas por instrução direta em visões da irmã E. G. White. Também sobre
como a mensagem foi recebida e ensinada por nossos ministros e nosso povo até o ano de 1894,
quando ‘a teoria da nova luz’ encontrou seu defensor numa pessoa que posteriormente apostatou da
fé e morreu sem ver o cumprimento de sua expectativa de que ele viveria até o fim do tempo e por
isso seria um dos 144 mil. Sua alegação era que testemunhas posteriores da irmã White ensinavam
que todos os 144 mil seriam formados dos que nunca haviam morrido.
"Quando verifiquei que alguns estavam ensinando que ‘todos dentre os 144 mil a ser selados estão
agora vivos’, achei que era o tempo de alguém falar e mostrar que não é a maneira de agir dos
profetas de Deus, fazer declarações positivas numa ocasião e posteriormente ensinar coisa
totalmente contrária a elas. É evidente que tal não era o procedimento dos profetas bíblicos. A
totalidade dessa ‘nova luz’ é produzida tirando-se palavras de seu contexto e das razões pelas quais
são ditas, dando-se a elas aplicação geral..." —Questions on the Sealing Message, págs. 3 e 4
(prefácio).
A irmã White se preocupou com essa "nova luz" e deu o seguinte testemunho:
"A mais difícil tarefa que já tive de efetuar nesse sentido foi no tratar com uma pessoa que, eu
sabia, queria seguir o Senhor. Por algum tempo ele pensara que estava recebendo nova iluminação.
Estava muito doente, devendo morrer em breve. E oh! Como meu coração esperava que ele não me
obrigasse a dizer-lhe o que ele estava fazendo. Aqueles a quem ele apresentava seus pontos de
vista escutavam-no ansiosamente, e alguns o consideravam inspirado. Tinha feito um mapa, e
argumentava pelas Escrituras para mostrar que o Senhor voltaria em determinada data, em 1894,
penso. Para muitos esse raciocínio parecia perfeito. Falavam de sua poderosa exortação no quarto
de doente. As mais maravilhosas cenas passavam diante dele. Mas qual era a fonte de sua
inspiração? Era morfina a ele dada para aliviar-lhe a dor.
"Em nossa reunião campal em Lansing, Michigan, pouco antes de eu vir para a Austrália, tive que
falar francamente a respeito dessa nova luz. Disse ao povo que as palavras que haviam ouvido não
eram a verdade da inspiração. A maravilhosa luz, que apresentava tal exibição de verdade, era o
resultado de má aplicação da Escritura. A obra do Senhor não havia de terminar em 1894. A palavra
do Senhor a mim era: ‘Isto não é verdade, mas induzirá a caminhos estranhos. Alguns ficarão
confundidos acerca dessa apresentação, e abandonarão a fé.’ " —Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág.
113.
Essa "nova luz" ou "nova iluminação" não foi aceita pelos dirigentes da Igreja Adventista do Sétimo
Dia. Em 1905 o ancião H. R. Johnson publicou na Review and Herald um longo artigo sobre os 144
mil, que reproduzimos neste livro. Seu artigo contém a doutrina original.
Alguns anos mais tarde esse ensino foi novamente publicado na edição alemã do trimensário da
Escola Sabatina, de 1o de agosto de 1908, como segue:
"Por aqui podemos reconhecer que na vinda do Senhor todos os 144 mil, como santos vivos, se
comporão dos que jamais viram a morte e dos que morreram durante a pregação da última
mensagem mas ressuscitaram antes da vinda do Senhor."
Em seu livro Los Videntes y lo Porvenir, o ancião L. R. Conradi também declarou que os 144 mil
serão constituídos pelos que nunca morreram e os que serão ressuscitados antes da vinda de Jesus:
"De igual maneira, ressuscitarão dentre os justos que dormem alguns que completarão o número de
Israel de acordo com Apocalipse 7." —Los Videntes y lo Porvenir, pág. 271.
Entretanto, parte da "nova luz" ou "nova iluminação" que alega que os 144 mil nunca morrerão é
agora amplamente aceita, especialmente porque o número dos professos guardadores do Sábado é
contado aos milhões.
fonte: o selamento do povo de Deus