terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A VERDADE SOBRE O SANTUÁRIO CELESTIAL - Parte 6




COMO OCORRE A PURIFICAÇÃO DO SANTUÁRIO CELESTIAL E O QUE SIGNIFICA?
No livro de Levítico 4:2-3; 27-35, encontramos:
“Quando uma alma pecar por erro contra os mandamentos do Senhor, acerca do que se não deve fazer, e obrar contra alguns deles: se o sacerdote ungido pecar para escândalo do povo, oferecerá pelo seu pecado, que pecou, um novilho sem mancha, ao Senhor, por expiação do pecado”.
Todo aquele que transgredisse qualquer mandamento da lei de Deus, devia oferecer, para que seu pecado fosse perdoado, um sacrifício com sangue, um animal devidamente escolhido para holocausto.
Geralmente, a pessoa que cometesse qualquer ato pecaminoso devia levar o inocente animal ao pátio do santuário, e com as próprias mãos sobre a cabeça do animal, confessava sua falta ou pecado. Após este ato, o transgressor imolava a inocente vítima, e o sacerdote com uma bacia, recolhia o sangue e o levava para dentro do santuário e diante da cortina espargia o sangue que também era colocado sobre as pontas do altar. Assim era garantido o perdão ao transgressor. Esta cerimônia é relatada em Levítico 4:2-7, onde se pode ler o seguinte:
“Fala aos filhos de Israel, dizendo: Quando uma alma pecar, por ignorância, contra alguns dos mandamentos do Senhor, acerca do que não se deve fazer, e proceder contra algum deles; Se o sacerdote ungido pecar para escândalo do povo, oferecerá ao Senhor, pelo seu pecado, que cometeu, um novilho sem defeito, por expiação do pecado. E trará o novilho à porta da tenda da congregação, perante o Senhor, e porá a sua mão sobre a cabeça do novilho, e degolará o novilho perante o Senhor. Então o sacerdote ungido tomará do sangue do novilho, e o trará à tenda da congregação; E o sacerdote molhará o seu dedo no sangue, e daquele sangue espargirá sete vezes perante o Senhor diante do véu do santuário. Também o sacerdote porá daquele sangue sobre as pontas do altar do incenso aromático, perante o Senhor que está na tenda da congregação; e todo o restante do sangue do novilho derramará à base do altar do holocausto, que está à porta da tenda da congregação.”
Quando o pecador confessava as próprias faltas sobre a cabeça do animal, de forma simbólica, transferia sua culpa para a inocente vítima que morria ou pagava a transgressão em seu lugar. Com o sangue do animal sendo espargido sobre o véu e passado sobre as pontas do altar, o pecado cometido pelo ofensor, era, desta forma, transferido para dentro do santuário. O pecador estava assim perdoado, mas seu pecado, o sinal de sua transgressão, ficava registrado através do sangue que permanecia no santuário. Havia, portanto, a necessidade de que este sangue fosse eliminado do santuário. Para tanto, o santuário devia passar por uma purificação. Isto ocorria exatamente no dia 10 do 7° mês. A Bíblia diz o seguinte em Levítico 16:30:
“Porque naquele dia se fará expiação, por vós, para purificar-vos, e sereis purificados de todos os vossos pecados perante o Senhor”.
Como já dissemos, após levar a inocente vítima ao santuário e confessar sobre a cabeça do animal seu próprio pecado e matar a vítima no pátio, o pecador ficava perdoado (Levítico 6:1-7). Porém, em um determinado dia, se fazia ainda expiação pelo transgressor para purifica-lo de todos os seus pecados.
Através deste cerimonial da expiação ou purificação do santuário – detalhado em Levítico 16 – era o pecado removido do santuário e o povo purificado dos mesmos. Aquele sangue contaminava o santuário, e era necessário que se realizasse uma purificação, simbolizando o apagamento de todo vestígio da transgressão ou pecados cometidos. A Bíblia diz:
“Assim expiará o santo santuário”. Levítico 16:33.
Este processo era realizado uma vez em cada ano, como já dissemos no dia 10 do 7º mês, chamado o mês Tishrei do calendário judaico, correspondente ao mês de Outubro do nosso calendário. Para Israel era o dia mais importante, pois este ato significava completa aceitação por parte de Deus e apagamento de todos os seus pecados, que haviam ficado registrados no santuário. A princípio, o pecado era perdoado, mas permanecia seu registro através do sangue aspergido dentro do santuário. Agora, no dia da expiação, os vestígios dos pecados eram completamente eliminados. O sangue era extinto do santuário, e o mesmo era desta forma purificado. Este era o tipo, ou seja, o simbolismo.
Mas qual é a realidade de tudo isto e o que este cerimonial significava?
A inspiração nos assegura que toda lei cerimonial era uma sombra, ou melhor, uma cópia da realidade. Col. 2:13-17; Heb. 10:1; 9:10.
Aquele cordeiro que era sacrificado em lugar do pecador, simbolizava o verdadeiro cordeiro de Deus que por nós deu Sua vida. Jo. 1:29; Is. 53:7; etc.
Durante o ano todo, o sumo sacerdote ministrava no lugar santo do santuário, e só entrava no lugar santíssimo no dia da expiação, para apagamento dos pecados. Assim Cristo, após Sua ascensão, para cumprir o simbolismo, até 1844 ministrou no lugar santo do santuário celestial. Durante este período Ele recebia as orações e confissões de Seus filhos. Seus pecados desta forma eram perdoados, mas permaneciam registrados nos livros. Diz a Palavra de Deus:
“Por isso, ainda que te laves com salitre, e amontoes sabão, a tua iniqüidade está gravada diante de mim, diz o Senhor Deus.” Jeremias 2:22. 
“E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.” Apocalipse 20:12.
“Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões assistiam diante dele; assentou-se o juízo, e abriram-se os livros.” Daniel 7:10.
O escritor aos Hebreus informa que, por estarem estes registros de pecados no santuário celestial, era necessário que este santuário do novo concerto passasse também por uma purificação, simbolizada pelo dia da expiação do mês de Tishrei. Notemos bem o que está registrado em Hebreus 9:23:
“De sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no Céu assim se purificassem; mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios melhores do que estes”.
“... as figuras das coisas que estão no Céu...”. Aqui sem dúvida é uma menção ao santuário terrestre, pois este era sim uma figura das coisas que se acham no Céu. Mas o escritor conclui dizendo que estas coisas que estão no Céu também deviam passar por uma purificação, porém com sacrifícios melhores, ou seja, com o sacrifício de Jesus. A Daniel o anjo disse exatamente quando esta purificação do santuário celestial devia ter início: No fim dos 2300 anos, ou melhor, a purificação do santuário celestial começaria em 1844, como já ficou demonstrado. Até então Cristo perdoava os pecados de Seu povo, a partir desta data, Ele passou a apagar os pecados já confessados e perdoados registrados ainda nos livros. Assim como eram eliminados os pecados do povo de Israel através da limpeza dos vestígios de sangue, Cristo a partir de 1844, “com sacrifícios melhores”, isto é com Seu próprio sangue – não com o de animais – purifica o santuário celestial dos pecados de Seu povo. A purificação do santuário celestial, portanto, não é a purificação de algo físico, mas purificação do pecado. Veja por exemplo: At. 3:19; Mal. 3:3.
A obra de confissão dos pecados sobre a cabeça do animal, no tipo, era de suma importância, pois assegurava ao pecador que seu pecado fora perdoado. Sem esta primeira parte, seria impossível obter o perdão ou a aceitação de Deus. Mas, o dia da expiação, era o dia decisivo, onde todo pecado era apagado. Apagamento dos pecados significava completa aceitação por parte de Deus. Os israelitas ficavam livres de toda culpa e limpo diante de Deus como se nunca houvera transgredido. Pois, realizando todo aquele cerimonial para expiação da culpa, estavam assim demonstrando fé no sangue precioso de Cristo que por eles seria derramado. Eles eram aceitos no Amado de Deus.
Da mesma forma, o que Jesus fizera no calvário foi importantíssimo, pois Seu sacrifício assegurou a todo pecador o perdão de seus pecados, se abandonados e confessados. Mas, e se esta obra parasse aí? O que se fariam dos pecados registrados nos livros do Céu? Claro, devem ser também expiados pelo sangue de Cristo! E para que isto seja possível é necessária uma obra de investigação, para ver quem está apto a participar dos benefícios adquiridos na cruz. Ou seja, é necessário que fique provado quem aceitou este sacrifício em favor de si mesmo e através de arrependimento e fé esteja vivendo uma vida de obediência. Aos que forem fiéis, a estes, é assegurado o apagamento de suas transgressões pelos méritos de Cristo.
Assim, Jesus está hoje no lugar santíssimo do santuário celestial para apagar os pecados registrados de Seu povo, ainda que já confessados e perdoados. Portanto, a obra da cruz sem dúvida foi de máxima importância, mas como no tipo, o é também a obra da expiação realizada hoje por Cristo no santuário celestial.
Hoje, através da obra de Jesus no lugar santíssimo, todos podem receber os benefícios de Sua redenção na cruz. Um pensamento inspirado diz:
“A ruptura do véu do templo mostrou que os sacrifícios e ordenanças judaicas não mais seriam recebidos. O grande sacrifício havia sido oferecido e aceito, e o Espírito Santo, que desceu no dia de pentecostes, levou a mente dos discípulos do santuário terrestre para o celestial, onde Jesus havia entrado com Seu próprio sangue, a fim de derramar sobre os discípulos os benefícios de Sua expiação”. Primeiros Escritos págs. 259, 260.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A VERDADE SOBRE O SANTUÁRIO CELESTIAL - Parte 5





RÁPIDO ESTUDO SOBRE OS 2300 ANOS
Como você pode constatar no artigo anterior, é indiscutível que as 70 semanas de Daniel 9:24 fazem parte dos 2300 anos. Assim sendo, o início das 70 semanas é também o início dos 2300 anos. Isto significa que o ponto de partida tanto para um período como para o outro é o mesmo.
Na explicação do anjo a Daniel, registrada a partir do versículo 25 de Daniel 9, foi dito:
“Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e reedificar Jerusalém...”.
Desta maneira foi dado o ponto de partida, de onde se devia começar a contar os 2300 anos, e também destes, 490 anos separados ao povo de Israel.
Desde a saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém...”.
Esta ordem foi dada pelo rei Artaxerxes, de acordo com o que está registrado em Esdras capítulo 7. Dos três decretos expedidos, um por Ciro no ano 536 a.C. (Esdras 1:1-4) o outro por Dario em 519 a.C. (Esdras 6:1-12) e o de Artaxerxes em 457 a.C. (Esdras 7:1-28), somente este último, cumpre as especificações que a profecia requeria para o início da contagem dos 2300 anos. O primeiro decreto, o de Ciro, dizia respeito apenas à reconstrução do templo que estava em Jerusalém e não à Jerusalém como exigia a profecia. Ciro é apresentado na profecia como aquele que daria início ao retorno dos Judeus do cativeiro babilônico, e neste sentido ele daria sua parcela de contribuição não apenas ao templo, mas à cidade também. Não encontramos, porém, nenhuma passagem nas escrituras que testifique que o mesmo deu algum decreto para que Jerusalém fosse restaurada. O decreto de Ciro era referente ao templo e nada mais. Vejamos:
“No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para que se cumprisse a palavra do Senhor, por boca de Jeremias) despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo: Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus dos céus me deu todos os reinos da terra; e Ele me encarregou de Lhe edificar uma casa em Jerusalém, que é em Judá. Quem há entre vós, de todo o Seu povo, seja seu Deus com ele, e suba a Jerusalém, que é Judá, e edifique a casa do Senhor, Deus de Israel; Ele é o Deus que habita em Jerusalém. E todo aquele que ficar em alguns lugares em que andar peregrinando, os homens do seu lugar o ajudarão com prata, e com ouro, e com fazendas e com gados, afora as dádivas voluntárias para a casa do Senhor que está em Jerusalém”.
“No primeiro ano do rei Ciro, o rei Ciro deu esta ordem: com respeito á casa de Deus em Jerusalém, esta casa se edificará para lugar em que se ofereçam sacrifícios, e seus fundamentos serão firmes; a sua altura de sessenta côvados, e a sua largura de sessenta côvados...”. Esdras 6:3-5.
O segundo decreto, o de Dario, muito semelhante, foi apenas para confirmar o primeiro de Ciro. Nada continha também sobre a reconstrução de Jerusalém como especificava a profecia. Lemos:
“Então o rei Dario deu ordem e buscaram na chancelaria, onde se metiam os tesouros em babilônia... Também por mim (Dario) se decreta o que haveis de fazer com os anciãos dos judeus, para que edifiquem esta casa de Deus,... O Deus, pois, que fez habitar ali o Seu nome derribe a todos os reis e povos que estenderem a sua mão para o mudarem e para destruírem esta casa de Deus, que está em Jerusalém. Eu, Dario dei o decreto; apressuradamente se execute”.
A profecia, no entanto, exigia um decreto do estabelecimento da cidade de Jerusalém. E, nas palavras do anjo a Daniel, esta reconstrução ou restauração da cidade, envolvia também o restabelecimento de seu sistema de governo civil, político e religioso. Isto se pode notar claramente lendo Esdras 7:11-13; 24-26:
“Esta é, pois, a cópia da carta que o rei Artaxerxes deu ao sacerdote Esdras, o escriba das palavras dos mandamentos do Senhor, e dos Seus estatutos sobre Israel. Artaxerxes, rei dos reis, ao sacerdote Esdras, escriba da lei do Deus do Céu, paz perfeita, etc. Por mim se decreta que no meu reino todo aquele que do povo de Israel, e dos seus sacerdotes e levitas, que quiser ir contigo à Jerusalém, vá. Também vos fazemos saber acerca de todos os sacerdotes e levitas, cantores, porteiros, netineus, e ministros desta casa de Deus, que se lhes não possa impor, nem direito, nem antigo tributo, nem renda. E tu, Esdras, conforme a sabedoria do teu Deus, que está na tua mão, põe regedores e juízes, que julguem a todo o povo que está delem do rio, a todos os que sabem as leis de Deus, e ao que as não sabem farei saber. E todo aquele que não observar a lei do teu Deus e a lei do rei, logo se faça justiça dele; quer seja morte, quer degredo, quer multa sobre os seus bens, quer prisão”.
Muitos historiadores datam a subida de Artaxerxes ao trono no ano 464 a.C. http://www.encyclopedia.com/topic/Artaxerxes_I.aspx A Bíblia relata que quando esta ordem foi dada e expedido o decreto para reconstrução de Jerusalém, faziam 7 anos que Artaxerxes estava reinando (Esdras 7:8). Assim sendo, 464 menos 7, temos 457 a.C. Deste ano, portanto, de acordo com o anjo, deve-se começar a contar os 2300 anos.
N explicação, Gabriel então dividiu os 2300 anos em duas partes. A primeira sendo destinada ao povo de Israel, um este período de 70 semanas que, multiplicadas por 7 dias de cada semana somam 490 dias ou anos. Dividiu ainda este primeiro período ou estas 70 semanas agora em três partes. Sendo: 7 semanas, 62 semanas, 1 semana. (Ver Daniel 9:25,27).
Desta forma temos:
 7 semanas
62 semanas
1 semana
=
=
=
  49 anos
434 anos
    7 anos
70 semanas
=
490 anos
                                                         
O anjo frisou que até o Messias passariam 7 semanas e mais 62 semanas, que somadas dão o total de 69 semanas ou 483 anos. A contar do ano 457 a.C, este período findou no ano 27 de nossa era. Neste tempo, no ano 27, veio Jesus pregando o reino de Deus, dizendo:
O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho”.
 Ao afirmar Jesus em Marcos 1:14, 15, dizendo: “O tempo esta cumprido”, referia-se Ele às 69 semanas ou os 483 anos, que, como o anjo dissera, deveriam realmente estender até o Messias, o Príncipe. Ao terminar este período, Jesus, cumprindo a profecia, começou Seu ministério revelando-Se ao mundo.
Na explicação da profecia o anjo disse ainda:
“E Ele (Cristo) firmará um concerto com muitos por uma semana: e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares”.
Após findarem as 69 semanas ou os 483 anos, faltava apenas uma semana ou 7 anos para terminar o tempo de graça para a nação de Israel. Cristo exerceu seu ministério por três anos e meio, e depois foi crucificado. Fez cessar assim as ofertas de manjares e o sistema de sacrifícios (Colossenses 2:14-16). Como o anjo havia predito, isto devia acontecer na metade da última semana, ou 3 anos e meio após o batismo do Messias. Mas a profecia dizia que o concerto seria firmado com muitos por 1 semana. Compreende-se assim, que após a morte do salvador, faltariam apenas mais 3 anos e meio para findar a última semana e automaticamente também as 70 semanas ou 490 anos separados para o povo de Israel. Desta forma, 3 anos e meio foram cumpridos pela pregação do próprio Cristo, e o restante, a saber, mais 3 anos e meio, foram cumpridos pela pregação dos discípulos, perfazendo assim  a última semana de graça à nação israelita (Atos 13:46). Neste tempo, o povo de Israel selou sua rejeição por parte de Deus apedrejando a Estevão, exatamente no ano 34, 3 anos e meio após a morte de Jesus.
Desta maneira, contando do ano 457 a.C ao ano 34 de nossa era, temos o cumprimento das 70 semanas ou os 490 anos destinados ao povo de Israel, como um tempo de graça para uma reforma religiosa. 
Como já vimos, esses 490 anos foram separados dos 2300 anos. Para sabermos quando ocorreria a purificação do santuário celestial, basta subtrairmos dos 2300 anos os 490 anos que, no ano 34 de nossa era, já tinham sido cumpridos. Fazendo assim, saberemos quantos anos a contar do ano 34 faltavam para se completar os 2300 anos.
Temos assim:
 2300
– 490
 1810
                         
                                          
Pela contagem bíblica, faltavam ainda 1810 anos, a contar do ano 34, para se cumprir assim os 2300 anos.
Se, como já vimos, no ano 34 de nossa era faltavam 1810 anos, basta somarmos 34 + 1810 para vermos em que ano terminaram os 2300 anos. Vejamos:
                                                     
         34 d. C.
 +   1810 anos
  1844
Segundo a contagem profética, portanto, as duas mil e trezentas tardes e manhãs findaram-se em 1844. Neste ano, Jesus passou do lugar santo do santuário celestial – onde havia ministrado após Sua ascensão – para o santíssimo, para realizar a purificação do santuário.
Para melhor compreensão desta maravilhosa e incontestável verdade, estude o gráfico a seguir:

Continua...
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Poderá também

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Os 144.000 são das tribos do Israel literal?





Esta possibilidade é muito remota, para não dizer impossível. Para que esta afirmação pudesse ser possível, a obra do selamento devia ser então efetuada enquanto estas tribos existissem. Ou seja, a obra de selar 144.000 deveria ter sido executada antes da extinção de 10 tribos de Israel, o que ocorreu sob o reinado do rei Oséias que reinou sobre Israel aproximadamente por volta do ano 722 a. C.

Aconselhamos que se leia o capítulo 17 do livro de II Reis. Resumidamente, segundo este texto sagrado e histórico, por causa da grande apostasia que acometeu o reino do norte, o reino de Israel, o Senhor extinguiu aquelas tribos. O texto hebraico relata o seguinte:

“Portanto o Senhor muito se indignou contra Israel, e os tirou de diante da sua face; nada mais ficou, senão somente a tribo de Judá.” II Reis 17:18.

O resultado final foi que o Senhor tirou a Israel de diante da sua presença, como falara pelo ministério de todos os seus servos, os profetas; assim foi Israel expulso da sua terra à Assíria até ao dia de hoje.” II Reis 17:23.

No lugar desses israelitas, para habitarem o reino do norte e a capital, Samaria, o rei da Assírio, que havia então subjugado Israel, “trouxe gente de Babilônia, de Cuta, de Ava, de Hamate e Sefarvaim, e a fez habitar nas cidades de Samaria, em lugar dos filhos de Israel; e eles tomaram a Samaria em herança, e habitaram nas suas cidades.” II Reis 17:24.

Aqui temos a origem dos samaritanos existentes nos dias de Jesus. Estes assírios foram depois instruídos sobre o Deus Criador dos Céus e da Terra e se tornaram adoradores do verdadeiro Deus (II Reis 17:25-34). Por sua origem pagã, os Samaritanos eram, por este motivo, considerados imundos pelos judeus, ao ponto de um judeu não pedir água para um samaritano (João 4:9).

Portanto, segundo a Bíblia, a única tribo remanescente de Israel a partir de 722 a. C. foi a tribo de Judá e parte da tribo de Benjamim, que habitavam no reino do sul. A linhagem de dez tribos e meia se perdeu no tempo em meio ao reino assírio para onde foram transportadas.

Um selamento, portanto, de 144.000 pessoas das doze tribos de Israel, se torna possível apenas antes de Israel se perder em meio ao reino Assírio. No entanto, segundo provas encontradas nas escrituras inspiradas, provas estas já vistas aqui, a obra do selamento deve ocorrer entre a abertura do 6º e do 7º selo (Apocalipse 6, 7, 8), período que aponta a obra do assinalamento somente a partir do século 19, quando guerras atômicas, capazes de destruir “a terra,... o mar”, e as “árvores” (Ap 7:2), poderiam então impedir a obra do selamento.

Guerras tais, com estas características descritas,  capazes de destruir a natureza ou a Terra, fazem parte do cenário mencionado em Apocalipse 7:2 somente no século 20. Sendo assim, o cenário próprio, segundo Apocalipse 7, no qual ocorre a obra do  selamento, não remonta ao período onde existiam as 12 tribos de Israel. Ainda mais, suponhamos que, somente naquele período era possível um assinalamento de 144.000 pessoas do Israel literal, este número já deveria a muito tempo ter sido completado enquanto existiram estas 12 tribos. Neste caso, segundo Apocalipse 7, os ventos já teriam sido soltos e o fim já teria chegado. Se porém, este número ainda não completou, e isto é lógico pois os ventos estão ainda sendo sopitados pelos anjos, então esta obra está ocorrendo ainda em nossos dias.

Mas, a pergunta que nos cabe agora é: Como então é possível selar 144.000 das 12 tribos sendo que estas tribos não existem mais?

Bem, se Deus prometeu e disse, ou profetizou, Ele pode facilmente cumprir o que Ele vaticinou. Vamos ler alguns textos:

“E não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão. Mateus 3:9.

Achar, portanto, pessoas para que sejam filhos de Abraão descendentes de Israel, não constitui um problema para Deus. Vejamos o que Paulo explicou sobre isto:

Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus.”  Romanos 2:28,29.

Quem é o verdadeiro judeu ou israelita? Não é aquele que descendeu literalmente de Jacó, mas aquele que é de coração, e não na carne. Em outra passagem, Paulo foi mais enfático e claro:

“Não que a palavra de Deus haja faltado, porque nem todos os que são de Israel são israelitas; Nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência. Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência.”  Rom. 9:6-8.

Perceba como inicia-se a afirmação do apóstolo: “Não que a palavra de Deus haja faltado”, disse ele. Ou seja, todas as promessas de Deus serão cumpridas. Se Deus disse que serão selados 144.000 das tribos de Israel, isto com certeza se cumprirá! Mas, de que forma, já que as tribos literais não existem mais? Paulo argumenta que as promessas de Deus não se cumprirão com a descendência literal de Abraão, não com israelitas literais, mas com os filhos da promessa. Estes sim são os verdadeiros israelitas e não os descendentes segundo a carne! Para Deus, não se conta se é ou não um israelita literal, o que Deus considera é se a pessoa é uma nova criatura em Cristo Jesus, isto faz do ser humano o verdadeiro israelita e herdeiro de todas as promessas divinas, incluindo ser selado entre os 144.000!

“A circuncisão é nada e a incircuncisão nada é, mas, sim, a observância dos mandamentos de Deus.” I Corintios 7:19.

“Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão, nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura. Gálatas 6:15.

É isto que Deus conta como critério para ser assinalado neste tempo.

Ao escrever aos Gálatas, Paulo fez a seguinte declaração:

“Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência. Não diz: E às descendências, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua descendência, que é Cristo.” Gálatas 3:16.

Cristo é a legítima descendência de Abraão, e a esta descendência foram feitas todas as promessas pertencentes a Israel. E “nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. Gálatas 3:28.

E conclui de forma maravilhosa o grande apóstolo:

“E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa. Gálatas 3:29.   
                                                   
Os que serão selados, portanto, são os que aceitaram a Cristo como salvador e que tem direito a todas as promessas referentes a Israel, pois são assim incorporados à igreja dos santos que guardam os mandamentos.  Estes são os israelitas que receberão na testa o selo do Deus vivo.

Comentando o texto aos Gálatas 3, Gerhard F. Hasel, escreveu:

“Nossa ligação com Cristo nos provê de completude ou inteireza em Cristo, uma inteireza que inclui também todas as promessas das quais Cristo é herdeiro. Por meio de Cristo todos os crentes, não importa sua origem nacional ou étnica, são herdeiros.”[1]

“O verdadeiro Israel de Deus é co-herdeiro de Cristo.” [2]

“A ideia aqui (Galatas 3) é que aqueles que são de Cristo são também ‘herdeiros’ das promessas dadas por Deus ao seu povo no Antigo testamento. [3]

“A distinção entre israelita e não-israelita, ou judeu e gentio, com respeito á salvação é removida. Todos os seres humanos partilham da mesma salvação e promessas feitas àqueles que são o povo de Deus.”

“Se é este o caso, quem é a descendência/semente de Abraão? É a descendência/semente de Abraão apenas o judeu étnico? De maneira nenhuma. A descendência/semente de Abraão consiste de crentes e gentios; aqueles que aceitaram a Cristo como seu Senhor e salvador. A descendência/semente de Abraão são os que pertencem a Cristo e não aqueles que são o ‘Israel natural...’”[4]

Citando o comentarista Joachim Rhode, Gerhard ainda escreveu:

A expressão [Israel de Deus] não significa os incrédulos membros do povo judeu, igualmente não significa o povo judeu em sua totalidade e nem os cristãos judeus que se converteram, mas todos os crentes em Cristo sem levar em consideração a sua origem étnica ou religiosa.”[5]

E em base desse comentário podemos ler:

“Os membros crentes da igreja são os ‘Israel de Deus’ e os herdeiros de todas as promessas por meio de Jesus Cristo, com quem eles são co-herdeiros.”[6]

“Esta descrição coerente de Paulo em Romanos, Corintios, Gálatas, Colossenses e Efésios não apoia a distinção entre um ‘Israel natural’ e a igreja, a qual é constituída de judeus e gentios convertidos, e ambos, por meio de Cristo, são juntamente co-herdeiro das promessas divinas do Antigo testamento.”

Comentando o texto de Romanos 8 Gerhard também escreveu:

“’Todas as coisas’ incluiu tudo e não omite nada. Se nada é omitido, então em Cristo e com Cristo são dadas a todos os crentes ‘todas as coisas’, inclusive as promessas previamente feitas a Abraão e seus descendentes.”[7]

E depois de reafirmar exaustivamente a ideia de que os verdadeiros israelitas a receberem as bênçãos de Deus e dos quais a Bíblia faz referência como sendo o verdadeiro Israel, são os que aceitam a Cristo e Sua verdade, o autor do artigo conclui:

“Podemos resumir a descrição do Novo Testamento. A convergência coerente da evidência neotestamentária aponta em uma só direção. O ‘Israel de Deus’ é a igreja, a qual é a comunidade de crentes, que é constituída de judeus e gentios convertidos e crentes. Junto eles são os herdeiros por meio de Cristo de todas as promessas da aliança já feitas no Antigo Testamento...”[8]

“Resumindo, o Antigo e Novo Testamento concordam que o verdadeiro Israel de Deus são os crentes, não se levando em consideração a origem étnica ou identidade nacional.”[9]

O Espírito de Profecia confirma esta questão de muitas maneiras. Um delas é um texto encontrado no livro Grande Conflito:

A voz de Deus é ouvida, no Céu, declarando o dia e a hora da vinda de Jesus e estabelecendo o concerto eterno com Seu povo. Semelhantes ao estrondo do mais forte trovão Sua palavras ecoam pela Terra inteira. O Israel de Deus fica a ouvir, com olhar fixo no alto.” [10]

Devemos lembrar que neste tempo, este Israel de Deus é composto também pela irmã Hasting, Ellen White e outros, que, segundo o Espírito de Profecia, já foram por aquele tempo, ao ser ouvida a voz de Deus, ressuscitados.[11]

Neste período, como vimos, não existe mais as tribos do Israel literal, sendo assim estas compostas dos fieis que viveram no último período da história da igreja. Devemos perceber que, neste tempo, os únicos santos a viverem na Terra serão os 144.000, do qual todos os crentes fiéis na tríplice mensagem, incluindo Ellen White, também fazem parte. Ao se referir a estes santos selados, ela escreveu:

“Logo ouvimos a voz de Deus, semelhante a muitas águas, a qual nos anunciou o dia e a hora da vinda de Jesus.”

“Os santos vivos em número de 144.000... Ao declarar Deus a hora verteu sobre nós...”

“Por causa de nosso estado feliz e santo, os ímpios enraiveceram-se e arremeteram violentamente para lançar mão de nós, a fim de lançar-nos na prisão, quando estendemos a mão em nome do Senhor e eles caíram inermes ao chão. Foi então que a sinagoga de Satanás conheceu que Deus havia amado a nós, que lavávamos os pés uns aos outros e saudávamos os irmãos com ósculo santo.” [12]

Fica claro assim que, os israelitas que serão selados, são compostos não de um Israel literal segundo a carne, mas de um Israel espiritual segundo a promessa!

Talvez seja interessante notar que os que dizem defender a posição de alguns pioneiros adventistas no que diz respeito à Tri-unidade, e, diga-se de passagem, de poucos pioneiros, deveriam também defender a posição dos pioneiros, e da maior parte deles, também na questão dos 144.000. Neste link você poderá verificar o que os pioneiros da igreja Adventista criam sobre este número de selados.

Eles acreditavam que os que comporiam este número eram aqueles que aceitassem a verdade da tríplice mensagem angélica, independente de sua origem étnica. Na questão da Tri-unidade, o Espírito de Profecia corrigiu o equívoco dos pioneiros, por outro lado, manteve e confirmou a verdade na qual eles acreditam sobre os 144.000. O citado movimento dos adventistas históricos, continuam mantendo a posição equivocada de alguns poucos pioneiros sobre a Divindade em detrimento da inspiração. Mas alguns – digo isto porque parece não haver uniformidade de crença no grupo citado –  não creem na posição histórica da igreja Adventista sobre os 144.000 também em detrimento da palavra inspirada! Vai entender!

Para maiores informações utilize o blog ou pelo e-mail: cristiano_souza7@yahoo.com.br







[1] Parausia – Revista do Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia – Ano 6-Nº 1/1º Semestre de 2007, pg 17.
[2] Idem, pg 18.
[3] Idem.
[4] Parausia – Revista do Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia – Ano 6-Nº 1/1º Semestre de 2007, pg 18.
[5] Idem.
[6] Idem.
[7] Idem.
[8] Idem.
[9] Parausia – Revista do Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia – Ano 6-Nº 1/1º Semestre de 2007, pg 18.
[10] White, E. G. O Grande Conflito, pg. 640. Casa Publicadora Brasileira.
[11] White, E. G. Mensagens Escolhidas,  vol. 2. Pg. 263. Casa Publicadora Brasileira.
[12] White, E. G. Primeiros Escritos, pg. 15. Casa Publicadora Brasileira.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

POR QUE A IGREJA ADVENTISTA DO 7º DIA CRÊ ATUALMENTE QUE OS 144.000 SÃO UM NÚMERO SIMBÓLICO?


144.000, um número literal

A mensagem do selamento dos 144.000 como é entendida hoje pelo povo de Deus, o Movimento de Reforma, foi um ponto claro na igreja Adventista durante seus primórdios. Para apoiar esta verdade histórica, aqui citaremos a posição dos pioneiros adventistas. Desejamos, porém, ressaltar que nossa fé não está baseada na fé que os pioneiros possuíam, mas esta doutrina tem como fundamento a Palavra inspirada. As conclusões, no entanto, nesta questão do selamento, daqueles que trabalharam pela verdade no início do adventismo, ajuda-nos a entender melhor esta preciosa verdade, baseada unicamente na inspiração.
Algumas declarações dos pioneiros neste artigo poderão, a princípio, não ser bem compreendidas. Expressão como, “ressurreição especial”, e outras, de início, para aqueles que não estão familiarizados com este assunto, podem apresentar alguma dificuldade para se entender o que significam. No entanto, se ficarem dúvidas, você poderá nos contatar por este blog ou pelo endereço eletrônico no final deste artigo. Queremos também dizer que em postagens posteriores estaremos esclarecendo algumas questões fundamentais sobre este assunto da obra do selamento. Não deixe por isso, de visualizar sempre o blog!
Em nossos dias, entre os adventistas, esta mensagem do selamento quase não é mais estudada nem mencionada. A IASD[1] receia que seus membros estudem o assunto, um assunto que está na palavra de Deus, e, fosse sem importância, o Deus onisciente que tudo sabe, não o teria colocado lá! Para que nutrirmos então receio de o compreendermos? Analisando a história da IASD vemos que esta era uma verdade crida e ensinada em um tempo em que a IASD era uma igreja regida pelos parâmetros divinos. Os pioneiros, incluindo Ellen White, acreditavam em uma obra de selamento em pleno andamento e marcha naqueles dias. Mesmo entre aqueles que não se simpatizavam com a fé adventista, era conhecido o conceito que a IASD tinha sobre o assunto. Um crítico da doutrina adventista escreveu:
“Para os pioneiros do movimento adventista de 1844, os 144.000 seriam constituídos de todos os que morressem identificados com a mensagem do advento, bem como dos que, nas mesmas condições, estivessem vivos por ocasião da volta de Cristo”.[2]
Este autor citou este fato por quê? Ele o fez para criticar a posição primitiva adventista que tinha uma crença totalmente diferente da crença atual! No livro citado, ele fez um apanhado de quanto a IASD mudou nesta questão, e citou a obra do selamento como sendo uma verdade crida nos dias dos pioneiros e esquecida e ignorada em nossos dias. Pode-se pensar que pelo fato do autor ser um crítico da doutrina adventista o mesmo não merece crédito, no entanto, o que ele coloca é um fato baseado em uma doutrina histórica e por isso a declaração deve ter seu peso. Além do mais, esta declaração não é um fato isolado, mas encontra respaldo em outras declarações do próprio prelo adventista, como veremos a seguir.
No livro “Grande Movimento Adventista”, lemos um importante texto:
“... conta-nos de uma ocasião que pode ser chamada a nossa primeira Semana de Oração. Foi durante a guerra cível dos Estados Unidos, quando muitos de nossos irmãos, cuja consciência não lhes permitia pegar em armas, se encontraram  em  situação  probante.  Solicitou-se  diversas vezes pela Review and Herald, que nosso povo se unisse num dia de jejum e oração. Por  fim,  os primeiros quatro dias do mês de março de 1865 foram  designados  como  dias  de  humilhação  e oração a Deus, de acordo com Apocalipse 7:3, para que os ventos  fossem  sopitados -  a  guerra terminada – afim de que pudesse ir avante a mensagem  do  assinalamento  do  terceiro  anjo”.[3]
Note que apocalipse 7 menciona 4 anjos segurando os ventos, que neste caso, significam guerras (Jeremias 25:31-33). Na guerra de sucessão americana os irmãos adventistas realizaram uma semana de oração para que esta guerra terminasse, para que a obra do selamento pudesse continuar. Isto mostra que naquele tempo a IASD acreditava em uma obra que já estava ocorrendo e não em uma obra que irá ainda acontecer no futuro, como se acredita hoje.
Abaixo citamos alguns pioneiros e o que criam sobre apocalipse 7, para termos uma ideia qual era a doutrina adventista crida e ensina no passado sobre esta questão:
J. Bates:
     “Agora todos  os  crentes  adventistas  que  possuem  a  mensagem  do   advento   conforme  são dadas em Ap. 14:6-13 e nela  tomam  parte,  amarão  e  guardarão  este  concerto  com  Deus, especialmente Seu Santo Sábado, neste concerto;  esta  é  uma  parte  dos  144.000  a  ser  selada agora”.[4]
S. N. Haskell:
     “Após o desapontamento de 1844, o povo de  Deus  viu...  a  exigência  obrigatória  do  quarto mandamento, bem como dos outros  nove  mandamentos  do  decálogo.  A  reforma  do  sábado começou  naquele  tempo ;   por   volta   de   1844   começou   a   ser   reconhecida   como   o cumprimento de Apocalipse 7:1-4”.[5]
U. Smith:
     “Os que morrem depois de se  ter  identificado  com  a  mensagem  do  terceiro  anjo  são evidentemente contados como uma parte dos 144.000”. [6]
J. White:
     “Os que morrem sob a mensagem do terceiro anjo são  uma  parte  dos  144.000;  não  há 144.000 em acréscimo a estes, mas estes ajudam a formar aquele número.  São  ressuscitados para a vida mortal pouco antes, de Cristo  vir,  e...  são  trasladados  para  a  imortalidade  quando Cristo aparecer”. [7]
R. H. Johnson:
     “Entre os que aclamam a vitória sobre a besta  e  sobre  a  sua  imagem  estavam  aqueles  que tinham saído das suas sepulturas na ressurreição especial, e  foram  vistos  no  mar  de  vidro. Eles eram  ‘os santos vivos em número de  144.000 ’”. [8]
L. R. Conradi:
     “Do mesmo modo ressuscitarão também, entre os justos que dormem,  alguns  daqueles  que hão de completar o número de Israel segundo Apocalipse 7”.[9]
W. C. White acerca de E. G. White:
     “Vamos à pergunta: Ensinava a irmã White que aqueles que morreram na mensagem desde 1844 e de quem é dito: ‘Bem aventurado os mortos que desde agora morrem  no  Senhor’,  serão membro dos 144.000?”
     “Posso assegura-te, irmão, que essa era a crença e o ensino de E. G. White. Muitas vezes eu a ouvi fazer declarações com esse efeito e tenho em meu poder uma carta ao irmão Hastings, que é mencionado à página de Life Sketches, na  qual  ela  diz  claramente  que  a  esposa  dele,  que havia falecido recentemente, seria membro dos 144.000”.
     “Numa carta recebida dum irmão em Reno, Nevada, faz-se  referência  a  uma  declaração  do livro do pastor Loughborough encontrada na página 29,  em  que  é  relatado  que  a  irmã  White disse: ‘ Os que morreram na fé estarão entre os 144.000. È-me claro este assunto’”.
     “E eu,  meu  irmão,  testifico  que  isso  está  em  harmonia   com   os   seus   escritos,  suas explicações e seus ensinos através de todos os anos de seu ministério”.[10]
Enciclopédia Adventista do Sétimo Dia:
     “O Sábado foi identificado com a mensagem do assinalamento de Apocalipse 7,  e   em resultado o Sábado veio a ser visto como o selo de Deus. ‘A posição de nosso povo então’, disse Loughborough , ‘era que a obra do assinalamento naquele tempo estava em prosseguimento, e que alguns dos 144.000 estavam sendo selados’, Durante os poucos anos  seguintes,  Ellen G. White, repetidamente falou da obra do assinalamento em prosseguimento naquele tempo. (PE 36-38, 44 etc).
     “Como consequência da crença de que os que  aceitaram  a  mensagem  do  terceiro  anjo  e  o Sábado estavam sendo assinalados, havia a crença de que alguém  que  morreu  não  perderia desse modo a condição de membro dos 144.000, mas   ressurgiria  numa  ressurreição  especial para juntar-se aos seus irmãos que permaneceram   vivos até a vinda do  Senhor”.[11]
     “Ellen G. White identificou o selo de Deus com o Sábado em novembro de 1848 (José Bates, Seal of the Living God, 24-26), e Bates escreveu seu livro sobre o assunto em 1849. Também em 1849 a Sra White escreveu que  a  obra  do  assinalamento  estava  então  em  prosseguindo. (Present Truth, 1:21, Agosto de 1849)”.[12]
Esta crença original dos pioneiros adventistas endossada pela profetiza Ellen White é a que mantemos atualmente no remanescente Movimento de Reforma. Nos textos são citados alguns detalhes como certos aspectos da ressurreição especial, se os mortos fazem parte ou não, etc. Logicamente que, tendo em mente que a obra do selamento está em andamento desde 1844, todos aqueles que morreram selados serão também incluídos neste número. Como já mencionamos, em outros artigos detalharemos mais estas questões. Por enquanto, é importante que o leitor compreenda que a mensagem que o Movimento de Reforma mantém com respeito ao selamento é a mesma mensagem que a IASD cria enquanto nos seus primórdios enquanto permanecia na verdade.
Na revista adventista de 1973 foi feita uma declaração muito significativa e clara sobre esta questão, mostrando que a “posição antiga” da IASD é exatamente a que defendemos hoje. Lemos:
“É a chamada posição antiga, baseada nos escritos de Loughborough e Urias Smith, segundo o qual o selamento começou em 1844, com santos que aceitaram a mensagem do terceiro anjo. Ressuscitarão antes da volta de Cristo e, juntos com os santos vivos, formarão o grupo privilegiado, integrarão os 144.000. Quer dizer que estes, que morreram sob a terceira mensagem, estarão vivos e se juntarão aos  que  já  estavam  vivos,  e  todos  formarão  o  grupo”.[13]
Perceba que a igreja tinha uma posição e que esta posição é a que o Movimento de Reforma mantem até hoje. Em outro periódico da semana de oração lemos também:
Nossos pioneiros viram o tempo da expiação  final  (de  1844  até  o  fim  do  tempo  da graça) como o tempo do selamento. E divisaram a mensagem que pregavam, convidando o  povo a prestar obediência a  todos  os  mandamentos  de  Deus,  como  a  mensagem  do  selamento”. [14]
Maior clareza é dispensável!
Agora, por que uma mensagem tão clara e maravilhosa é hoje ignorada e até mesmo combatida na igreja ASD? Acreditamos que o principal motivo seja este:
“Na questão doutrinaria o tempo lutou contra a igreja, que cresceu bastante em número de membros... Assim sendo, quando, hoje, alguém mais exigente pergunta quem são os 144.000. diz-se, sem muitas explicações, que são os que Cristo encontrará vivos e fiéis por ocasião de Sua volta... Já não se diz mais que nos 144.000 estão incluídos os que morreram ao som da tríplice mensagem”.[15]
Eis aqui o motivo, e único motivo, para se abandonar esta verdade. Como uma igreja que já soma mais ou menos 18 milhões de membros, que diz crer na tríplice mensagem angélica, vai pregar e crer que com a pregação dessas mensagens serão salvas “apenas” 144.000 pessoas? Seria como chegar à igreja e dizer: Destes 18 milhões aqui reunidos 17. 856.000 pessoas irão se perder!

Mas a questão principal não é esta. Para se crer que 144.000 pessoas são os que serão salvos com a pregação das três mensagens, precisa-se primeiramente descrer que a IASD seja a igreja de Deus na Terra. Vejamos o motivo:

“O grande derramamento do Espírito de Deus, o qual ilumina a Terra toda com Sua glória, não ocorrerá sem que tenhamos um povo esclarecido, que conheça por experiência o que representa ser cooperador de Deus. Quando tivermos uma consagração completa, de todo o coração, ao serviço de Cristo, Deus reconhecerá esse fato mediante um derramamento, sem medida, de Seu Espírito; mas isso não acontecerá enquanto a maior parte dos membros da igreja não forem cooperadores de Deus. Review and Herald, 21 de julho de 1896.” [16]

Este com certeza este é o principal dos motivos pelo qual a IASD abandonou a verdade sobre os 144.000. Para que ela venha a defender esta verdade, a igreja deve antes de tudo, ter consciência que, com o número de membros que possui, não conseguirá concluir nunca a obra. Vamos entender melhor:
Sabemos que Jesus só poderá voltar quando o evangelho for pregado (Mat. 24:14). Para que isto ocorra, é necessário que a igreja receba o Espírito Santo, a chuva Serôdia (Atos 1:8). Para receber o Espírito Santo e concluir a obra, a IASD deveria então realizar primeiramente uma obra reformatória interna:
“Mas isso não acontecerá enquanto a maior parte dos membros da igreja não forem cooperadores de Deus.” [17]
Agora vejamos bem: Uma igreja que conta com 18 milhões de membros deve então, para receber a chuva serôdia e concluir a obra, preparar no mínimo 9 milhões e 1 de seus membros, ou seja 50% mais 1. Esta é a maior parte da igreja. Agora, se a igreja que diz crer na tríplice mensagem preparar mais de 9 milhões de membros, como ela poderia crer que debaixo dessa mensagem só se salvam 144.000?! Neste caso, sem dúvida, é bem mais fácil abandonar a crença no selamento como este se acha destacado na Bíblia e no Espírito de Profecia! A mensagem do selamento dos 144.000 mostra que a IASD jamais receberá o Espírito Santo para concluir a obra!
Na conclusão da obra, o Espírito de Profecia é claro em dizer que será “por milhares de vozes em toda a extensão da Terra,” [18] é que será pregada a mensagem. Perceba que os que estarão envolvidos na proclamação da última mensagem de advertência não chegam à casa dos milhões, mas apenas milhares. Veja que esta verdade, a de que milhares pregarão, está totalmente em harmonia com a mensagem que sela “apenas” 144.000 pessoas!!!
Na pregação da verdade, sob a atuação do Espírito Santo, na chuva Serôdia, Ellen White profetizou:
Milhares se converterão à verdade num dia...” [19]
Nunca encontramos na obra final da igreja, por ocasião da Chuva Serôdia, a inspiração mostrando milhões pregando ou milhões aceitando a verdade, mas somente milhares pregando e milhares se convertendo!
Neste caso, para a IASD, não seria melhor e muito mais cômodo dizer que este número de salvos seja simbólico?
Pense nisso!
cristiano_souza7@yahoo.com.br



[1] IASD é uma abreviação do nome: Igreja Adventista do Sétimo Dia.
[2] Araújo, Ubaldo Torres, O Adventismo pg. 100.  
[3] O Grande Movimento Adventista pg. 140. Casa Publicadora Brasileira.
[4] Bates, J. A seal of the living God, 61, 62.
[5] Haskell, S. N. Bible Hand-book, 88.
[6] Smith, Urias. As Profecias do Apocalipse, 302.
[7] White, J. Review end Heraud, 23 de setembro de 1880.
[8] Johnson, R. H. Review end Herauld, 27 de julho de 1905.
[9] Conradi, L. R. Los Videntes y el Porvenir, 271.
[10] White, W. C. Carta datada de 18 de Abril de 1929.
[11] Enciclopédia Adventista do Sétimo Dia, pgs. 915, 916.
[12] Enciclopédia Adventista do Sétimo Dia pg.1163.
[13] Revista Adventista Novembro de 1973.
[14] Revista Adventista semana de Oração 5-12 de Novembro de 1988.
[15] Araújo, Ubaldo Torres, O Adventismo, pg. 101.
[16] White, Ellen G. Serviço Cristão, pg.  253. Casa Publicadora Brasileira.
[17] White, E. G. Serviço Cristão, pg. 253. Casa Publicadora Brasileira.
[18] White, E. G. O Grande Conflito, pg. 612. Casa Publicadora Brasileira.
[19] White, E. G. Eventos Finais, pg. 212. Casa Publicadora Brasileira.